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..............Campinas, 22 a 28 de outubro 2001

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...Jovem Cientista - pág. 2   ....Oportunidades - pág. 4
...Sociedade Japonesa - pág. 2 ....Eventos Futuros - pág .5
...Música - pág. 2 ....Teses - pág .6
...Painel da Semana - pág. 3 ....Evento e Teatro - pág . 7
...Em dia - pág. 3 ....Projeto - pág . 7
...Inscrições - pág. 4 ....Pessoas - pág . 8
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Um cantinho, um violão

Todas as quintas-feiras, lá pelas duas da tarde, no terceiro andar do Hospital de Clínicas da Unicamp, Ismar apanha o seu violão Samick, de fabricação coreana, e passa a acompanhar o coro formado pelo pessoal do Grupo da Terceira Idade, pacientes assistidos pelo Serviço de Assistência Social do HC. Além de músico, Ismar Avelar Barros é assistente social do ambulatório do hospital e, com a sua música, acredita que pode resgatar o amor próprio dos idosos que por ali passam.

“O que me proponho, pelo menos por uma meia hora, é proporcionar um pouco de entretenimento aos pacientes da terceira idade e, para isso, eu acredito, nada melhor do que a música”, diz. Funcionário da Unicamp há 22 anos, Ismar nunca estudou música em conservatório e o que sabe aprendeu por conta própria. “De ouvido”, explica, embora tenha uma boa base de teoria musical. O músico costuma dizer que é na música que encontra o ponto de equilíbrio para ter serenidade suficiente para poder lidar bem com a realidade de um hospital como o da Unicamp. “É na música que encontro um jeito de renovar as minhas energias para continuar”, diz.

Por muito tempo tocou e cantou na noite, passou por boates, restaurantes e barzinhos de Campinas. Recentemente cantou e tocou violão no aniversário do então prefeito de Campinas, Antônio da Costa Santos, o Toninho, comemorado em março na Pizzaria Monte Belo. Hoje conta com um repertório de mais de 400 canções, que vão da música popular brasileira, o bolero, a rumba, a guarânia, passando pelo rock e até o axé-music. Tem ainda mais de 300 composições próprias.

“Algumas apenas faltando letra”, explica. Na Bossa Nova, uma das músicas que mais aprecia é Garota de Ipanema (de Tom Jobin e Vinícius de Morais), que toca com todo os acordes que a música contém. Aprecia Chico Buarque, Caetano Veloso, Pink Floyd, Elton John, B. B. King, Jimmy Hendrix e Mark Knofler, da banda Dire Straits, com o qual se diz identificar. No entanto, Eric Clapton é o guitarrista por quem tem verdadeira admiração, e, há certas ocasiões, que tenta imitar. É interessante observar que o acompanhamento de Ismar não é simplificado, com dois ou três acordes. Não importa o gênero que faça, a música que executa tende a obedecer todos os acordes que obra exige, com todas as suas mais sutis passagens e dissonâncias.

“Tocar na noite é interessante porque o público que a freqüenta é um público mais exigente, conhece e sabe a música que quer ouvir. Daí, não dá para simplificar demais a canção. Dependendo do público, tem que se tocar de tudo”, explica o músico. Ismar já está na estrada há muito tempo. Diz que começou quando tinha 14 anos, quando teve o primeiro violão. Na medida em que ia aprendendo a fazer acordes diferentes, ia também escrevendo música. “Uma salada de ritmos e gêneros. Campricho na harmonia, na melodia. No entanto, ultimamente ando com um pouco de preguiça para fazer uma boa letra, algo que combine com uma melodia que porventura eu possa ter na hora”, admite o músico.

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Jardineiro da FCM é maratonista

Ele já trabalhou em granja, na roça, em fábricas de papel e de doces, numa empreiteira, na produção de sacos de papel, num hospital. Fez serviços gerais, capinou. Foi jardineiro, auxiliar de fabricação numa pesquisa de plantas, servente de pedreiro, pedreiro, expedidor, montador de câmbio de carro, lubrificador, tratorista, operador de máquinas agrícolas, empilhadeirista e, ainda por cima, sempre fez bicos nas horas vagas. Parece se tratar de um típico caso de workaholic, termo inglês que significa “viciado em trabalho”. Depois de cumprir incansavelmente esse currículo, o Seu Aristides Bianchi se aposentou.

Começou aí sua história na Unicamp, contra-tado através da Funcamp em 1995, como jardineiro no Setor de Jardinagem da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), após ter passado rapidamente pelo Parque Ecológico. De cara, foi promovido a encarregado, mas sem deixar de lado o capricho da poda e manutenção dos jardins ao redor da Faculdade.

Esta pode ser uma experiência até certo ponto comum para muitas pessoas que se aposentam, mas o que não é tão comum é alguém, aos 55 anos, voltar porque adora trabalhar. Depois de perceber que sua grande qualidade é encarar múltiplas atividades ao mesmo tempo, Seu Aristides descobriu uma nova motivação na vida: correr, “mais ainda”, diz ele. “Sempre gostei de assistir a maratonas pela televisão. Aos poucos, vi que as corridas eram bem o que eu desejava fazer.”

Ao chegar a essa constatação, a escolha veio naturalmente. “Devido a um problema de saúde, colesterol alto, precisei perder gordura. Foi assim que comecei a correr em torno da Lagoa do Ginásio Multidisciplinar, a princípio aos domingos e, atualmente, às quartas e sextas-feiras”. Vinha para a Unicamp de bicicleta e fazia treinos por conta própria, correndo pelo menos 7 km, conta o funcionário.“Na primeira vez, fiz 3 km. Mais adiante, parti para as maratonas na categoria 55 a 60 anos.”

Trajetória de esforço – Aristides está somando agora quatro participações em maratonas: na Integração, em 2000, fez 10 km em 53 minutos, classificando-se entre os 100 melhores; na de Americana, fez 12 km em 60 minutos, cabendo-lhe uma 10a colocação em sua categoria; na de Barão Geraldo, no último dia 7 de setembro, fez 7 km em 29 minutos, alcançando o 5o lugar, sua melhor marca; e na Integração deste ano, realizou o percurso de 10 km em 49 minutos, chegando em 76o lugar. Diminuiu o tempo, portanto, em quatro minutos em relação à Maratona Integração anterior.

Hoje, além de diminuir o excesso de colesterol, Seu Aristides encontrou uma nova paixão: “competir, mas por prazer. Vou melhorar meu recorde, pois comecei o esporte há pouco.” O funcionário é casado, tem dois filhos e muito orgulho de trabalhar e de correr.

 
 
 

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