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Antonio Roberto Fava
Cartas,
fotografias, aquarelas, algumas obras e até documentos
inéditos pertencentes ao patrimônio da família
do escritor Monteiro Lobato (1882-1948) acabam de ser incorporados
oficialmente ao acervo do Centro de Documentação
Alexandre Eulálio (Cedae) da Unicamp. Com
isso, o Centro passa a ser reconhecido como a instituição
que possui o maior acervo lobatiano do Brasil.
Para
a professora Marisa Lajolo, pesquisadora da obra e vida do autor
de O Sítio do Pica-pau Amarelo, A menina do nariz arrebitado
e O escândalo do petróleo, entre outros, a doação
serve para ampliar ainda mais a rica coleção sobre
Monteiro Lobato do Centro. Marisa projetou no telão uma
série de documentos sobre Lobato e a família.
Numa das fotos, o escritor aparece com os dois filhos do Godofredo
Rangel, também escritor. Uma curiosidade: homem amargurado,
quase sempre muito sério, a foto mostra um Monteiro Lobato
coisa rara rindo.
A
solenidade de incorporação dos documentos ocorreu
dia 5, quarta-feira, no auditório do Instituto de Estudos
da Linguagem (IEL), e contou com a presença do reitor
Hermano Tavares, dos professores Marisa Lajolo, Fernando Galembeck,
do empresário e bibliófilo José Mindlin,
do diretor do IEL, Luiz Carlos da Silva Dantas, do coordenador
do Cedae, Paulo Sérgio Vasconcelos, e de Jerzy Matheusz
Kornbluh, marido de Joyce Campos Kornbluh, neta do escritor.
Para
Jerzy, uma das melhores coisas que poderiam ter acontecido com
todo o material de Monteiro Lobato foi o interesse de uma instituição
como a Unicamp em preservá-lo. A Unicamp possui
os recursos e as técnicas mais avançadas para
preservá-lo e, sobretudo, vontade de guardar um acervo
tão importante que estava em poder da família,
sem condições adequadas de conservação,
diz. E adiantou que o material dentro da Universidade será
melhor aproveitado por estudiosos e pesquisadores. Por outro
lado, Jerzy lembrou que o acervo de Monteiro Lobato foi também
disputado por duas outras instituições, a USP
e a Fundação Banco do Brasil. Mas aqui também
está em boas mãos, afirmou.
Fazer
sonhar Monteiro Lobato, além de grande escritor,
também foi um artista plástico notável.
Pintou quadros, desenhou várias paisagens e pessoas,
além de fotografar e escrever belas cartas para amigos
e para Dona Purezinha, sua esposa. É esse material que
o acervo do Cedae está guardando com tanto carinho. Fotografias
que retratam o seu cotidiano e de sua família, aquarelas
de paisagens no Brasil e no exterior, desenhos a nanquim de
sua esposa, correspondências escritas pelo romancista
e para ele por amigos famosos, como Gilberto Freire, Érico
Veríssimo e Graciliano Ramos.
O
professor Paulo Sérgio Vasconcelos disse que Lobato
faz-nos desde crianças sonhar com a magia de um certo
Sítio, mas ele mesmo sonhou e agiu decididamente em prol
de um país melhor e pagou um amargo preço por
isso: quem tanto nos encantou e encanta, amargamente se desencantou.
Para
o coordenador do Cedae, o interesse pela obra de Lobato
e pela história de sua vida, que se confunde tantas vezes
com a história do país, reafirmamos mais uma vez
nosso compromisso com a conservação, divulgação
e pesquisa de seu acervo.
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Concerto
comemora 25 anos do SAE
O
SAE (Serviço de Apoio ao Estudante) está completando
25 anos de existência. Para comemorar a data, a unidade
da Unicamp vai promover um concerto com o Coral Zíper
na Boca seguido de coquetel, terça-feira (dia 11), e
pretende reunir ex-coordenadores e ex-funcionários, no
Centro de Convenções da Unicamp, a partir das
14 horas.
Criado
em 1976, o SAE é como se fosse uma segunda casa para
o estudante da Universidade, pelas várias linhas de serviços
e programas que a Unicamp desenvolve em benefício do
próprio aluno. O Serviço começou a funcionar
timidamente em agosto de 1975, por iniciativa do então
reitor Zeferino Vaz, por conta de convênios firmados com
o Ministério da Educação e Cultura (MEC).
Oficialmente, no entanto, a unidade só entrou em funcionamento
cinco meses depois.
Bolsa-trabalho,
balcão de emprego, estágios e feira do livro usado
eram algumas das linhas de trabalho do SAE naquela época.
Com o tempo, o serviço expandiu-se, ampliou a sua área
de atuação, sempre visando a assistência
e o bem-estar do aluno nos campi da Universidade Faculdade
de Odontologia de Piracicaba (FOP), Centro Superior de Educação
Tecnológica (Ceset) e o de Barão Geraldo. Para
se ter uma idéia da expansão dos serviços
do SAE, basta citar que ao longo desses anos o serviço
realizou mais de oito mil atendimentos nas áreas de orientação
psicológica, educacional e jurídica. Promoveu
igual número de estágios e empregos aos alunos.
Além disso, aproximadamente quatro mil estudantes também
conseguiram trabalhos temporários.
Segundo
informações do SAE, somadas àquelas oferecidas
este ano, as bolsas de estudo concedidas nos 25 anos de existência
do órgão dariam para atender aos mais de dez mil
estudantes matriculados nos cursos de graduação
da Unicamp. Atualmente as atribuições do SAE somam
mais de uma dezena de serviços prestados aos alunos,
que vão da concessão de bolsas-trabalho, trabalho
temporário, alimentação e transporte, de
emergência, orientação psicológica,
educacional jurídica, atendimento de serviço social,
estágios e empregos, intercâmbio de estudantes
com o exterior, até cadastro de moradias e serviço
postal.
O
atendimento ao aluno é feito por uma equipe de vinte
funcionários, entre advogados, assistentes sociais, pedagogos,
psicólogos, um filósofo e um sociólogo.
O SAE funciona no 3° piso do Ciclo Básico, de 2°
a 6° feira, das 8h30 às 20 horas. Telefones: (19)
3289-4135, 3788-7011, 3788-7393 e 3788-7823. Fax: 3289-4163.
Endereço eletrônico: http://www.unicamp.br/sae.
E-mail: sae@unicamp.br (A.R.F.)
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