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A
Cipa que virou verso
Antonio
Roberto Fava
O
Fórum Social Mundial realizado em Porto Alegre, transformado
em ponto de encontro para os diversos movimentos contra os rumos
da globalização, teve, também, a participação
da Unicamp. Claro que não foi para protestar e nem para
discutir temas polêmicos, objetivo básico do evento.
Mas através da poesia de dois servidores da Unicamp,
figuras conhecidas aqui pelo campus: Azuir Ferreira Tavares
Filho, presidente da Cipa, e Carlos Alberto Rodrigues de Oliveira,
secretário administrativo.
Durante
todo o tempo que durou o Fórum de Porto Alegre, foram
distribuídos exemplares de uma cartilha A Cipa
da Unicamp Cantada em Verso composta de 44 textos escritos
pela dupla. Nela, os poetas falam dos mais diversos propósitos
da Cipa em favor do trabalhador da Unicamp.
O trabalho emblemático de ambos os servidores da Universidade
misturou-se às muitas publicações e manifestações
de reflexão do Greenpeace, de grupos que debateram temas
como política, economia, fome, educação,
transgênicos e os atentados terroristas no Brasil e no
mundo. A nossa cartilha, como era o nosso objetivo, deve
ter rodado de mão em mão e, de alguma forma, participantes
daquele evento, pelo menos alguns, tomaram conhecimento do que
é a nossa Cipa e quais são os seus propósitos,
observa Azuir.
Azuir
e Carlos de Oliveira mantêm uma amizade que persiste há
quase trinta anos, e aqui na Unicamp já vai pra
mais de 17, sempre trabalhando juntos, ressalta Carlos.
Explica que todo assunto serve de tema para que ambos partam
para a elaboração de mais um poema. Ao longo desses
anos todos já escreveram quase que sobre tudo: dos
movimentos insurrecionais da história do Brasil, às
mães da Praia de Maio, dos negros, em seus mais diversos
aspectos, a povos mais miseráveis, do meio-ambiente ao
trabalhador brasileiro, inclusive o da Unicamp, e tantos outros.
Há
uma cartilha A Unicamp cantada em versos na qual
são citadas mais de 1850 servidores da instituição.
A elaboração do poema é um trabalho praticamente
feito a quatro mãos. No entanto, quase sempre a
minha participação é sugerir o tema e,
se possível, alguma idéia de como espero construir
um poema; o Azuir fica então com o trabalho mais pesado,
ou seja, a elaboração do poema propriamente dito.
É ele quem escolhe as palavras e as rimas, conta
Carlos. Azuir, por sua vez, explica que, antes de mais nada,
a gente costuma fazer uma série de anotações
em cadernos tipo universitário sobre o que gostaríamos
de falar para depois partir para o texto final, acentua
Azuir.
Nesses
anos todos, a dupla João e Azuir já realizou mais
de três mil trabalhos impressos em cartilhas. E vem mais
pela frente, promete Azuir: Cheguei a um momento na vida
que não posso perder muito tempo. É aproveitá-lo
ao máximo para escrever, escrever e escrever...
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Isabel
Gardenal
Uma
aventura em família
J
oão Crisostomo Silva, analista de sistemas do Núcleo
de Informática do HC, orgulha-se de estar redesenhando
o Brasil em suas viagens turísticas. Além de conhecer
praticamente todo País, desta vez João, sua esposa
e dois filhos foram mais audaciosos: cumpriram um roteiro de
12.820km, percorridos com um carro motor 1.000 cilindradas.
O
que poderia ser uma loucura à primeira vista, já
vinha sendo cuidadosamente planejado há mais de um ano.
Fiz muitas pesquisas à Internet. Verifiquei os
lugares por onde deveria passar e os hotéis onde deveríamos
pernoitar, explica João.
A
família Crisostomo Silva saiu de Campinas no dia 22 de
dezembro, levando consigo bagagem mínima e reserva em
dinheiro. Passou por Foz de Iguaçu, Buenos Aires, Mendonza,
Santiago, Deserto de Atacama, Deserto de Tarapacá, Arica
e Peru.
A
neve chegava ao fim, em contraste com regiões desertas,
como Tarapacá, uma das mais áridas do mundo. Lá
o povo aproveita o degelo das Cordilheiras para canalizar a
água e irrigar o deserto, fazer lavoura, plantar flores
e frutas, principalmente a uva, da qual se extrai o bem apreciado
vinho chileno.
No
Deserto de Atacama então, areia e plantação
estão juntas, no mesmo chão em que habitam os
pequenos povoados. Apesar da seca, floresce uma vez por ano
com uma única chuva, revela João. A
sabedoria da natureza compensa tudo.
Para
a família, o trecho de maior tensão durante a
viagem foi ao entrar na Argentina, devido à crise financeira
noticiada pelos periódicos. Mas graças a
Deus, não foi do jeito esperado, comenta João.
Entre
pausas para refeição e descanso, a família
aproveitou para fazer umas fotografias e conviver com as pessoas.
Foram 34 dias de viagem até que, no dia 25 de janeiro,
a família retornou ao Brasil. Enriquecemos o nosso
relacionamento com essa experiência. E o melhor: o carro
nem apresentou problema mecânico, diz João.
Por conta disso, a família toda já planeja a próxima
viagem.
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