| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 353 - 26 de março a 8 de abril de 2007
Leia nesta edição
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Ozônio se mostra eficaz
na desinfecção
de hortaliças

A bióloga Elizabeth Biagioni Prestes: excesso de manipulação aumenta os riscos de contaminação  (Foto: Antoninho Perri)Pela primeira vez no Brasil, o gás ozônio foi testado para desinfecção de hortaliças minimamente processadas, semelhantes àquelas comercializadas em supermercados, ou seja, já cortadas, descascadas, lavadas e higienizadas. O gás foi testado pela bióloga Elizabeth Biagioni Prestes e se mostrou extremamente eficaz contra vários tipos de microrganismos, sendo que, em determinados casos, até mais potente que o cloro, produto tradicionalmente usado.

Segundo a bióloga, que foi orientada pela professora Neliane Ferraz de Arruda Silveira, da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), é cada vez maior a procura por hortaliças com estas características, devido à preferência que o consumidor tem por alimentos frescos e também pela praticidade que o produto oferece. No entanto, explica Elizabeth, o excesso de manipulação durante o seu processamento, entre outros fatores, pode aumentar os riscos de contaminação, o que torna imprescindível a etapa da sanitização.

A pesquisadora esclarece que inúmeras pesquisas apontam os compostos clorados, muito utilizados na desinfecção, como tóxicos, mutagênicos e carcinogênicos, sendo proibida sua utilização em alimentos em diversos países europeus. “Há alguns anos se estuda, no Brasil, alternativas à utilização do cloro em produtos alimentícios, justamente pela formação de resíduos tóxicos e cancerígenos”, esclarece.

Usar o ozônio, ao invés do cloro, de acordo com a bióloga, é uma alternativa a ser pensada pelas empresas, visto que o processo é relativamente simples, necessitando apenas de um equipamento ozonizador. Além de seu alto poder sanitizante em baixas concentrações e em curto espaço de tempo, o que reduziria o custo do processo, outra vantagem seria a ausência residual. O gás ozônio se decompõe novamente em oxigênio molecular, não acarretando danos à saúde humana e nem ao meio ambiente.

Os primeiros testes foram feitos com alfaces americana e crespa, agrião e rúcula. O ozônio foi testado em diferentes concentrações no tempo fixo de um minuto. Para comparar os resultados, a bióloga também realizou o mesmo processo utilizando composto clorado. Para os grupos de coliformes, bolores e leveduras, o desempenho do ozônio a partir da concentração de um miligrama por litro se mostrou superior aos métodos tradicionais. Afora essas vantagens, o gás não acarretou alteração de sabor, frescor ou odor nas hortaliças testadas.

O estudo contou com financiamento da Capes e, segundo Elizabeth, as pesquisas podem prosseguir em testes em equipamentos de ozonização domésticos. Dessa forma, poderia ser estudada uma variedade ainda maior de hortaliças.

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