Realizou-se, no Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, em 6 de março de 2020, a 5ª Reunião da Comissão Mista Brasil-EUA de Cooperação Científica e Tecnológica (5ª Comista), prevista no Acordo de Cooperação em Ciência e Tecnologia, de 1984, cuja última reunião foi realizada em maio de 2015.
Durante a 5ª Comista, os dois países adotaram um Plano de Trabalho em Ciência e Tecnologia para o período de 2020 a 2023, que estabelece as prioridades comuns descritas acima. Também foram firmados acordos de cooperação na área de cooperação científica em Física de Partículas de Alta Energia entre o Fermilab (Laboratório de pesquisa científica do Departamento de Energia dos EUA) e a FAPESP e outro acordo na mesma área entre o Fermilab e a Unicamp.
Com o acordo firmado, a Universidade amplia sua colaboração científica e tecnológica com o Fermilab para além de sua participação destacada em Física de Neutrinos. "O IFGW irá colaborar em atividades de P&D, na fase inicial e, possivelmente, de projeto e engenharia, na fase final, da infraestrutura de Criogenia de Argônio do Long Baseline Neutrino Facility (LNBF), que dará suporte ao experimento DUNE", afirma o diretor do Instituto de Física "Gleb Wataghin", professor Pascoal José Giglio Pagliuso.
A delegação brasileira que participou da 5ª Comista foi chefiada pelo Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, e a delegação norte-americana pelo Subsecretário de Comércio para Padrões e Tecnologia e diretor do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA, Walter Copan. Representantes de mais de 30 instituições e agências brasileiras e americanas participaram da 5ª Comista. Foram realizadas reuniões entre representantes dos dois países, nas quais foram tratados temas que compreendem desde observação da Terra e educação em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês) até manufatura avançada e pesquisa em física de partículas.
O Brasil e os EUA, as duas maiores democracias do Hemisfério Ocidental, possuem sólidas relações políticas, econômicas e de fraternidade entre os dois povos. A parceria bilateral em ciência, tecnologia e inovação tem raízes profundas e consolidadas em valores e princípios comuns, que incluem liberdade de investigação científica, concorrência baseada na meritocracia, transparência, responsabilidade e reciprocidade. Essa parceria visa a proteção da propriedade intelectual, a garantia de um ambiente inclusivo na área de pesquisa, a promoção da pesquisa científica com base em critérios de precisão, integridade e segurança, e a redução de burocracias. Os dois países ambicionam enfrentar desafios comuns, gerar impactos sociais favoráveis propiciados pela pesquisa e promover avanços em ciência, tecnologia e inovação que efetivamente beneficiem nossas populações.
O Brasil e os EUA se comprometeram a fortalecer a cooperação bilateral em ciência, tecnologia e inovação, especialmente nas áreas de pesquisa e desenvolvimento em saúde, incluindo a cooperação no combate ao coronavírus (COVID-19); manufatura avançada; monitoramento hidrológico; oceanografia; educação com ênfase em STEM; ciência aberta; monitoramento e redução de riscos de desastres naturais; metrologia; e física de partículas. Brasil e EUA já possuem amplos programas na área científica. Juntos, nossos países fortalecerão parcerias entre o setor privado e centros de pesquisa e desenvolvimento, desenvolverão novos modelos de cooperação entre agências de fomento à pesquisa e apoiarão projetos conjuntos de pesquisa.
Ambos países saudaram a entrada em vigor do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), assinado entre o Brasil e os EUA durante a visita do Presidente Jair Bolsonaro a Washington, em março de 2019. O AST é um marco histórico da cooperação espacial entre o Brasil e os EUA, ao permitir o lançamento de satélites e veículos lançadores espaciais de origem norte-americana a partir do Brasil. O AST criará novas e amplas oportunidades comerciais para o Brasil e os EUA na área de tecnologia espacial avançada, incluindo satélites. Ambos países também acordaram em aprofundar, por meio de mecanismos apropriados, cooperação no setor espacial, incluindo atividades relacionadas à ciência espacial.
Leia matéria na íntegra no site do Ministério das Relações Exteriores.
Leia matéria publicada no Portal da Unicamp sobre acordo de cooperação da Fermilab.