Uma aula show com o chef e gastrólogo Tibério Gil sobre o papel da nutrição e da gastronomia na saúde da mulher contemporânea abriu, nesta quinta-feira (7), a série de atividades organizadas pelo Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS) para lembrar o Dia Internacional da Mulher — comemorado no dia 8 de março. As atividades ocorrem entre quinta e sexta-feira, nos campi de Campinas, Limeira, Piracicaba e Paulínia, e tratam de questões ligadas ao bem-estar e à saúde da mulher, além de atrações musicais e culturais.
Na cerimônia de abertura, realizada no Hospital da Mulher J. A. Pinotti (Caism Unicamp), a reitora em exercício da Unicamp, Maria Luiza Moretti, prestou homenagens às mulheres que, ao longo do tempo, têm enfrentado estruturas discriminatórias e episódios recorrentes de violência psicológica e, muitas vezes, física. Para ela, a mulher avançou muito, mas ainda enfrenta dificuldades, em todos os setores. Por conta disso, recomenda determinação. “Minha luta diária é para ser reconhecida como sujeito. Impor minha existência numa sociedade que insiste em negá-la”, disse a reitora em exercício, citando a filósofa e escritora Djamila Ribeiro.
Moretti lembrou a origem da data, a luta das operárias russas e norte-americanas no início do século 20, em manifestações pioneiras por melhores condições de trabalho e isonomia salarial. “Hoje, ainda vemos denúncias de mulheres que cumprem longas jornadas de trabalho, com salários inferiores aos dos homens. Mudou muito, em relação ao início do século passado?”, questiona ela.
A reitora em exercício denunciou também a violência contra a mulher. “Vocês acham que mudou muito desde a edição da Lei Maria da Penha?”, perguntou ela, referindo-se à Lei 11.340, sancionada em agosto de 2006. A lei estabelece que todo o caso de violência doméstica e intrafamiliar é crime. Deve ser apurado através de inquérito policial e ser remetido ao Ministério Público.
Moretti lembrou ainda as práticas discriminatórias a que a mulher vem sendo submetida ao longo dos tempos. “Quem aqui nunca se sentiu discriminada?”, perguntou ela à plateia formada quase exclusivamente por mulheres. A vice-reitora, no entanto, deixou uma mensagem de otimismo. “Confie no seu trabalho. Valorize-se. E jamais se sinta diminuída”, aconselhou.
Acolhedores e integradores
O coordenador da GGBS, Luiz Carlos Fernandes Junior, disse que os direitos das mulheres deverão ser um tema que deve permear a atuação do órgão ao longo de todo o ano. Mas avisa que haverá também uma sobreposição.
“O GGBS terá esse viés ao longo do ano. Mas, em todos os nossos eventos, trataremos de um tema transversal, que é o racismo”, adiantou. “Nossos eventos têm de ser acolhedores, integradores e com foco na qualidade de vida dos servidores. É isso que vamos fazer no ano de 2024”, prometeu.