Serão anunciados em 16 de dezembro os vencedores do Prêmio Asimov-Brasil 2020, iniciativa do Instituto de Estudos Avançados (IdEA) da Unicamp que elege anualmente escritores com obras de divulgação científica e cultural publicadas no Brasil e trabalhos de alunos de Ensino Médio que votam nos melhores livros e produzem resenhas sobre as obras. A cerimônia virtual, às 16h, será transmitida pela página do IdEA no YouTube.
Cinco livros finalistas disputam esta primeira edição: “O Andar do Bêbado: Como o acaso determina nossas vidas”, de Leonard Mlodinow (Editora Zahar); “As Cientistas: 50 mulheres que mudaram o mundo”, de Rachel Ignotofsky (Editora Blucher); “A Vantagem Humana: como nosso cérebro se tornou superpoderoso”, de Suzana Herculano-Houzel (Companhia das Letras); “Física em 12 lições fáceis e não tão fáceis”, de Richard P. Feynman (Editora Nova Fronteira); e “1499: o Brasil antes de Cabral”, de Reinaldo José Lopes (Editora HarperCollins).
Nesta edição-piloto da premiação, a organização recebeu inscrições de 132 alunos, sendo que 86 resenhas foram enviadas pelos estudantes, todas submetidas à verificação de plágio. As resenhas estavam limitadas a um tamanho de texto entre 2000 e 3500 caracteres, avaliadas com notas de um a dez, considerando clareza textual, engajamento do leitor e originalidade. Foram realizadas mais de 400 avaliações por uma comissão científica composta por cerca de 50 profissionais da educação, comunicação e divulgação científica.
A comissão escolheu por votação as melhores resenhas, em média, três para cada um dos cinco livros finalistas. Os autores e autoras dessas resenhas receberão um diploma e serão convidados a falar sobre seus textos na cerimônia. O Prêmio Asimov-Brasil será concedido ao livro que totalizar a maior pontuação geral, avaliado com base em todos os formulários preenchidos exclusivamente pelos estudantes inscritos.
A meta inicial era de englobar apenas dez escolas nesta primeira experiência do prêmio, mas a expectativa foi superada. Quinze escolas se inscreveram, sendo sete particulares e oito públicas, de três estados brasileiros, contemplando as cidades de Atibaia (SP), Campinas (SP), Hortolândia (SP), Jundiaí (SP), Limeira (SP), Petrolina (PE), Quedas do Iguaçu (PR) e Valinhos (SP). A fase de inscrição das instituições de Ensino Médio começou em março e a escolha final dos trabalhos vencedores ocorreu em novembro.
O físico Anderson Fauth, coordenador adjunto do IdEA, elogiou a participação efetiva dos professores das escolas e das universidades e disse que isso o motivou na coordenação da iniciativa. “Acredito que o projeto tenha um enorme potencial para divulgar a ciência e cultura entre jovens estudantes secundaristas e, através da leitura crítica de bons livros de divulgação científica, ajudar a formar cidadãos com um amplo conhecimento que sejam capazes de entender e os rumos de uma sociedade moderna baseada no conhecimento e na tecnologia.”
Essa primeira edição brasileira foi organizada em parceria do IdEA com o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp, o Colégio Técnico de Campinas (Cotuca) e o Colégio Técnico de Limeira (Cotil). As inscrições de escolas e alunos, a submissão das resenhas e a escolha dos melhores trabalhos foram feitas por um sistema desenvolvido por uma equipe do Cotil, sob a coordenação do professor José Alberto Matioli, que criou também o site. As avaliações foram feitas sem identificação dos autores ou procedência, de maneira a permitir uma escolha sem viés.
Segundo Fauth, como o projeto não oferece uma premiação financeira, os alunos que participam são aqueles que se identificam com os temas dos livros finalistas e procuram aumentar o seu conhecimento. “Não fizemos uma grande divulgação, pois, não tendo estrutura e financiamento, não poderíamos acolher um grande número de inscritos, entretanto superamos o objetivo inicial”, explicou o físico. “O impacto do prêmio nos alunos é alto, pois a leitura e a discussão das obras levam a uma busca de aprofundamento nos temas, e podem até influenciar as decisões dos jovens sobre seu futuro acadêmico e profissional. Os professores do ensino secundário têm um papel decisivo na formação dos futuros cientistas e o projeto conecta estudantes, professores das escolas e cientistas.”
A proposta de estimular o interesse pela cultura científica em secundaristas nasceu há quatro anos na Itália, por iniciativa do físico Francesco Vissani. O pesquisador italiano foi o primeiro convidado do IdEA no Programa “Cesar Lattes” do Cientista Residente, em setembro de 2019, e ajudou a conceber a versão brasileira, integrando atualmente a Comissão Científica.
O prêmio homenageia o escritor Isaac Asimov (1920-1992), um dos mais prolíficos autores do século XX, que conquistou reconhecimento e sucesso no mercado editorial nos anos 1950 ao iniciar a publicação da série de ficção científica “Fundação”. Foi autor de cerca de 500 livros e de centenas de contos em gêneros diversos, como romances de ficção científica e de suspense, divulgação científica para jovens e para adultos, crítica literária e ensaios sobre religião e humor.
Mais informações sobre o Prêmio Asimov-Brasil podem ser obtidas no site.
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