Edição nº 550

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Jornal da Unicamp

Baixar versão em PDF Campinas, 17 de dezembro de 2012 a 31 de dezembro de 2012 – ANO 2012 – Nº 550

Salto nos últimos dois anos consolida internacionalização da Unicamp

Indicadores revelam que projeto vem, de maneira contínua e consistente, experimentando avanços


A Unicamp ampliou significativamente o seu grau de internacionalização, principalmente nos últimos dois anos. Os indicadores tomados para análise nesse período confirmam que a Universidade vem trilhando um caminho sólido na sua consolidação como uma universidade de classe mundial. “Os esforços empreendidos nessa área pela atual gestão trouxeram resultados muito positivos. Graças à política adotada, a Unicamp incrementou o número de intercâmbios envolvendo estudantes de graduação e de pós-graduação e também de docentes. O número de visitas de delegações estrangeiras interessadas em estabelecer convênios e parcerias com a Universidade também experimentou um avanço importante”, afirma o dirigente da Coordenadoria de Relações Institucionais e Internacionais (Cori), professor Alberto Serpa.

De acordo com o coordenador da Cori, a vocação da Unicamp para ter uma boa inserção no cenário internacional tem origem na fundação da Universidade por Zeferino Vaz. Ele já tinha a visão de que era importante ter professores estrangeiros destacados em suas áreas de atuação para consolidar o projeto acadêmico da Universidade. Esta visão ganhou mais importância com a criação da Cori, em 1984. “Um marco importante no esforço recente de internacionalização foi a criação do Posto da Cori, na Biblioteca Central, em 2006. Com esta ação, tanto o atendimento de alunos brasileiros quanto de estrangeiros, nos diversos assuntos relacionados aos processos de mobilidade internacional, foi em muito ampliado. Hoje, o Posto Cori conta com seis funcionários e cinco estagiários/bolsistas voltados ao atendimento e suporte da comunidade da Unicamp nos assuntos relacionados à mobilidade internacional”, lembra Serpa.

Uma análise dos números tabulados pela Cori entre 2003 e 2012 permite constatar que o projeto de internacionalização da Unicamp vem experimentando avanços ano a ano, sempre de maneira consistente. Entretanto, nos últimos anos os indicadores experimentaram um expressivo crescimento. Um deles refere-se ao contingente de alunos que participaram dos diferentes programas de mobilidade estudantil. Se em 2003 a Universidade enviou ao exterior 79 estudantes de graduação, em 2012, considerados os dados até 30 de novembro, esse contingente subiu para 685. Os principais destinos dos graduandos, neste ano, foram França, Portugal, Estados Unidos, Espanha e Alemanha, apenas para citar os cinco primeiros. 

O coordenador da Cori explica que a progressão dos números está relacionada tanto à oferta de novos programas de mobilidade estudantil por parte da Unicamp, com recursos provenientes de agências de fomento como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e de outros financiadores como o Banco Santander e recursos da própria Unicamp, como ao crescente interesse dos estudantes por uma experiência internacional. “A Cori tem feito um trabalho bom de divulgação das oportunidades de intercâmbio, já entre os calouros. Assim, eles ingressam na Universidade sabendo que podem realizar parte da formação em instituições fora do país. Uma das maneiras de manter esse público informado sobre o assunto é a realização de palestras mostrando como é estudar num determinado país ou universidade e que benefícios essa experiência traz, além de explicar os requisitos acadêmicos importantes para conseguir realizar um intercâmbio. Esses eventos normalmente registram uma boa participação por parte dos nossos estudantes. Os alunos, mesmo antes de ingressarem na Universidade, já buscam informações sobre possibilidades de intercâmbio, por exemplo, através de consultas e de boa participação nas atividades que a Cori realiza na Unicamp de Portas Abertas [UPA, evento que recebe estudantes do ensino médio de todo o país]”, informa Serpa. 

Da mesma forma que tem enviado um contingente cada vez maior de estudantes de graduação ao exterior, a Unicamp também tem recebido um número crescente de estrangeiros interessados em estudar nas suas faculdades e institutos. Em 2011 e 2012, a Universidade recebeu, respectivamente, 237 e 287 desses visitantes, contra somente 37 em 2003. Os intercambistas estrangeiros que chegaram à Universidade em 2012 vieram de países como Estados Unidos, Haiti, Argentina, França, Colômbia e Peru. Em relação aos estudantes haitianos, vale ressaltar que eles vieram estudar na Unicamp graças a uma iniciativa de amplo alcance social, denominada Programa Emergencial Pró-Haiti em Educação Superior. O programa, financiado pela Capes, tem por finalidade contribuir para a formação de recursos humanos e reconstrução do sistema de ensino superior daquele país, que foi devastado por um terremoto em 2010. “Também temos recebido um expressivo número de estudantes estrangeiros em nossos programas de pós-graduação. Em 2012, registramos a matrícula de 626 deles, sendo que a maioria veio de países como Colômbia, Peru, Chile, Argentina e Espanha”, registra o coordenador da Cori.

Um resultado concreto das ações empreendidas pela Unicamp nessa área é a ampliação, por exemplo, do grau de internacionalização de seus cursos de graduação. Uma forma de mensurar esse indicador é considerar o número de formados que cumpriram ao menos um semestre de intercâmbio no exterior durante seu curso de graduação. A partir desse critério, por exemplo, para os formandos do ano de 2011, é possível identificar que alguns cursos oferecidos pela Universidade apresentam um nível de internacionalização já considerado muito bom, como é o caso de Arquitetura e Urbanismo (29,4%), Engenharia Elétrica (20,9%), Engenharia Química (20,7%), Ciências Econômicas (20,3%) e Engenharia Mecânica (17,1%). “Temos um número expressivo de cursos com grau de internacionalização acima ou muito próximo de 10%, que é um índice já considerado muito bom para uma instituição brasileira e jovem como a Unicamp”, considera Serpa.

Conforme o dirigente da Cori, um programa que veio contribuir para o aumento da mobilidade estudantil na Unicamp foi o Ciência sem Fronteira (CsF), lançado pelo governo federal com o objetivo de dar relevância à ciência brasileira em âmbito global. A iniciativa prevê a concessão de 100 mil bolsas de estudos em quatro anos, destinadas a promover o intercâmbio de alunos de graduação e pós-graduação. Além disso, o CsF também busca atrair pesquisadores do exterior que queiram se fixar no Brasil ou estabelecer parcerias com os pares brasileiros nas áreas prioritárias definidas no programa, bem como criar oportunidade para que pesquisadores de empresas recebam treinamento especializado no exterior.

Graças às bolsas oferecidas pelo CsF, o número de intercâmbios na Unicamp experimentou um significativo avanço. Em 2012, 213 estudantes da Universidade foram enviados ao exterior por meio do programa. Estes tiveram como destinos importantes instituições de ensino dos Estados Unidos, Portugal, Espanha, Austrália, Alemanha e Canadá, entre outros. “Outro aspecto importante em relação ao esforço de internacionalização diz respeito ao crescimento do número de alunos participantes de programas de duplo diploma, que envolvem boas universidades estrangeiras. Em 2012, 95 estudantes iniciaram a participação nesse tipo de experiência, contra 44 em 2011”, complementa o dirigente da Cori. Destaque-se também que a Unicamp intensificou, nos últimos três anos, sua participação em projetos de cotutela (dupla diplomação para doutorado), contando com 39 projetos.

Outro importante programa de intercâmbio do qual a Universidade participou foi o Erasmus Mundus, criado e financiado pela Comissão Europeia, organismo executivo da União Europeia. A iniciativa prevê a concessão de bolsas para estudantes de graduação e pós-graduação, além de docentes, para o cumprimento de um período de estudos em universidades distribuídas em 17 países do Continente. O objetivo é reforçar a qualidade do ensino superior das instituições europeias a partir da intensificação da cooperação com países de fora do bloco. Neste contexto, entre 2009 e 2011, a Unicamp enviou à Europa 15 professores, 37 doutorandos e 31 alunos de graduação. A Unicamp recebeu cinco docentes, um doutorando e nove graduandos no mesmo período.

 

Delegações estrangeiras

O esforço da Unicamp para se consolidar como instituição destacada de classe mundial tem sido reconhecido por várias das mais importantes instituições de ensino do mundo, que têm buscado estabelecer convênios e programas de cooperação nas áreas de ensino e pesquisa com a Universidade. Prova disso é que o número de visitas de delegações internacionais recebidas aumentou expressivamente nos últimos dois anos. Em 2011, a Unicamp recepcionou um total de 103 comitivas de universidades estrangeiras. Em 2012, alcançarão 139. Há nove anos, esse número ficou em 37. Entre os países representados nessas visitas estão Estados Unidos, França, Canadá, Espanha, Alemanha, Austrália, Japão, Coreia, Bélgica e Suíça. 
 
Tão importante quanto a quantidade de visitas é a qualidade das instituições interessadas em estreitar relações com a Unicamp. Entre julho de 2011 e novembro de 2012, a Universidade recebeu delegações de 23 instituições situadas entre as 50 melhores do mundo, de acordo com o ranking da QS World Universities, organização que avalia o desempenho de instituições de ensino internacionalmente. Pertencem a esse seleto grupo escolas como Oxford, Yale, Universidade de Tóquio e Universidade de Michigan. Atualmente, a Unicamp possui acordos de cooperação vigentes com dez dessas 50 universidades. 
 
Em relação a acordos firmados com instituições estrangeiras, a Universidade mantém atualmente 355 convênios em vigor, que contemplam todas as áreas do conhecimento. Destes, 55 foram assinados em 2012, conforme levantamento realizado pela Cori. Estão envolvidas nesses programas de colaboração universidades de países como França, Canadá, Estados Unidos, Colômbia, Espanha, Chile, Coreia, Itália, Portugal e Alemanha, entre outros. Salienta-se que nos últimos dois anos foram realizados quatro Workshops (Yale University, McMaster University, University of Liverpool, McGill Univesrtity) na Unicamp visando à aproximação de docentes e a intensificação da cooperação internacional em termos de pesquisas conjuntas.