A cerimônia de premiação da 32ª Olimpíada de Matemática da Unicamp (OMU) foi realizada no último sábado, 10 de dezembro, no Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc) da Unicamp. O evento, que ocorreu no saguão de entrada do Instituto, contou com a presença de professores, alunos e familiares dos premiados. Autoridades e dirigentes que organizaram a Olimpíada agraciaram estudantes do Ensino Fundamental e Médio com medalhas de ouro, prata e bronze e com certificados de Menção honrosa.
No nível Alfa, a OMU distribuiu 6 medalhas de ouro, 11 de prata e 14 de bronze. No nível Beta foram 6 medalhas de ouro, 10 de prata e 10 de bronze. 43 alunos receberam menção honrosa. O nível Alfa da Olimpíada foi destinado aos estudantes do 8º e 9º anos do Ensino Fundamental. O Beta, aos alunos do Ensino Médio. [Veja a lista completa dos premiados].
O foco principal da Olimpíada de Matemática da Unicamp, uma das mais antigas do Brasil, é contribuir para a formação em Matemática dos jovens estudantes do Ensino Básico. A Olimpíada tem como patronos os professores Antonio Carlos do Patrocínio e Petrônio Pulino.
Na cerimônia de abertura, o professor João Frederico da Costa Azevedo Meyer, pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da Unicamp e docente do Imecc desde 1971, representou o reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge. Em sua fala, disse que a Olimpíada traz o reconhecimento e a valorização de todos que participam. "Às vezes o aluno participa e não vai muito bem. Mas ele é capaz de reconhecer que tem que estudar mais, que tem muita coisa para aprender. Agora, um aluno que participa e é premiado, tem o seu esforço reconhecido e os seus professores também o tem. A olimpíada dá trabalho para o aluno e também para o professor. E o que nós vemos? Essa alegria de todas as pessoas que estão aqui nessa celebração do prazer científico".
O diretor do Imecc, Francisco de Assis Magalhães Gomes Neto, salientou a importância da OMU e reconheceu o ótimo trabalho que foi realizado com os estudantes. De acordo com ele, “mesmo ainda existindo o 'medo' da matemática, é bom termos um evento que a incentive. Muitas vezes os alunos despertam o interesse por áreas de engenharia ou de ciências exatas através da Olimpíada. Nós precisamos, cada vez mais, incentivá-los".
Para o professor Ricardo Miranda Martins, um dos organizadores da Olimpíada, a OMU contribui bastante para a formação dos alunos. "No processo de preparação para fazer as provas, eles acabam estudando tópicos que, muitas vezes, não são cobertos no Ensino Fundamental e Médio, despertando mais o interesse pela matemática. Ainda que o aluno não opte por fazer uma graduação em um curso da área de exatas, a abstração que ele adquire será útil para toda a vida, independente da carreira. Participar de olimpíadas científicas como a OMU é bom para todos. Os alunos aprendem coisas novas e os professores, muitas vezes, precisam rever conteúdos para preparar os seus alunos. Além disso, a Olimpíada nos faz entender melhor como está a situação do Ensino Básico."
Marcelo Firer, docente do Imecc e um dos membros da Comissão organizadora, disse que a OMU representa uma oportunidade para jovens que têm talento e desejam aprender Matemática de forma profunda. "Ela demanda conhecimento e técnica e todos que participam saem ganhando. No próprio Imecc é fácil encontrarmos vários professores que já participaram de Olimpíadas de Matemática. Esta cerimônia é um reconhecimento."
A mesa de abertura do evento foi composta por João Frederico da Costa Azevedo Meyer, pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da Unicamp; Francisco de Assis Magalhães Gomes Neto, diretor do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc); Marcelo Firer, coordenador da OMU; Maria Amélia Novais Schleicher, diretora associada do Imecc; Antonio Admir Schiavo, dirigente regional de ensino (Campinas Oeste), e Nivaldo Vicente, dirigente regional de ensino (Campinas Leste). Os professores Anne Caroline Bronzi, Gabriel Ponci e José Régis Azevedo Varão Filho, todos docentes do Imecc, também atuaram na organização.
ENTREVISTA
O Portal da Unicamp conversou com dois medalhistas de ouro da OMU (nível Beta). Miriam Harumi Koga é aluna do Colégio Mater Amabilis, de Guarulhos-SP, e Pedro Marcos de Vitro, do Colégio Técnico da Unicamp, o Cotuca, de Campinas.
Portal Unicamp - Como recebeu a notícia que era um dos premiados (as)?
Koga - Um amigo me mandou parabéns por mensagem de celular falando que tinha sido premiada na OMU. Ele, porém, não revelou qual era a premiação. Fui descobrir que era uma medalha de ouro somente quando consultei a lista de premiados no site da Unicamp. Eu estava em casa nesse momento, já era tarde da noite e não imaginava que receberia uma surpresa tão boa.
Vitro - Fiquei sabendo pela página de monitoria de matemática da escola, no Facebook.
PU - O que sentiu quando recebeu a notícia de que era ouro?
Koga - Fiquei bem feliz com o ouro! Lembro que, ao sair da prova, estava com uma sensação de que não tinha feito o suficiente para uma medalha. Geralmente diminuo bastante minhas expectativas quanto a possíveis premiações nas olimpíadas em que participo, porque a alegria é maior quando sou pega de surpresa. E foi isso o que aconteceu! Aquela notícia inesperada fez meu dia mais feliz.
Vitro - Fiquei muito feliz e satisfeito com o resultado. Ele mostrou que meus métodos de estudo funcionaram e todo o meu esforço valeu à pena.
PU - É a sua primeira participação em uma olimpíada de Matemática?
Koga - Desde o 6º ano do Ensino Fundamental venho participando de olimpíadas de matemática. As premiações mais importantes que recebi de matemática foram: Menção honrosa, medalha de bronze e medalha de prata na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM); uma medalha de bronze e duas de prata na Olimpíada Paulista de Matemática (OPM); uma medalha de prata e duas de ouro na Olimpíada de Matemática da Unicamp (OMU); uma medalha de bronze e duas de ouro na Olimpíada de Matemática do Poliedro (OMP) e três medalhas de prata e quatro de ouro no Canguru Matemático.
Vitro - Participo de olimpíadas de matemática e de física desde 2015. Já participei da Canguru de Matemática (Prata), Matemática Sem Fronteira (Ouro) e da OBMEP.
PU - O que você achou da OMU?
Koga - Ela incentiva jovens a saírem da zona de conforto e a estudar ‘mais a fundo’ tópicos pouco aprofundados no Ensino Fundamental e Médio. Com as fases da Olimpíada, que são realizadas na própria universidade, os alunos têm a oportunidade de se aproximar do ambiente acadêmico e ter um ‘gostinho’ que pode se tornar um aluno(a) da Unicamp. Eu acredito que a OMU cumpre o seu papel no que tange à cativação de estudantes pelo estudo da Matemática.
Vitro - Achei interessante. Ela é a olimpíada mais próxima de uma prova de vestibular que eu já fiz. A OMU me ensinou muito no campo da matemática.
Para mais detalhes sobre a Olimpíada de Matemática envie e-mail para olimpiada@ime.unicamp.br