Composição corporal da Seleção Brasileira Paralímpica de Atletismo é avaliada

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Seleção Brasileira Paralímpica de Atletismo no Ciped

A equipe de 16 atletas que compõem a seleção permanente do atletismo paralímpico brasileiro povoou na manhã desta quarta-feira o Centro de Investigação em Pediatria (Ciped), da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, coordenado pelo professor Gil Guerra Júnior. Como parte das avaliações pré-temporada, os atletas realizaram um exame de avaliação corporal de alta precisão, pelo método de densitometria por dupla emissão de raios-X (Dexa). Além da densidade mineral óssea, o método permite a medida de massa muscular, tecido mole magro (TMM) e total de massa gorda (TMG) de forma detalhada.

Alteta realiza exame

O fisioterapeuta do grupo e aluno de doutorado da Unicamp, Mauro Mellori, que foi o responsável pela ponte entre os atletas e a Universidade, explicou que o exame pode trazer avanços significativos para a equipe. “O Dexa é padrão ouro. Os outros testes que realizávamos só traziam resultados aproximados”, explicou Mellori.

Segundo ele, os resultados influenciarão diretamente no planejamento da equipe que dá suporte à Seleção, composta por técnicos, nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo e fisiologista. “A partir desses resultados, vamos avaliar o que os atletas precisam e traçar novos objetivos”, conta.

Mauro Mellori analisa exame

O técnico de saltos, Everaldo Braz, que também acompanhou o grupo nos testes, já está com a cabeça no Mundial de Atletismo Paralímpico de 2017, que acontecerá em Londres, no próximo mês de julho. Segundo ele, os resultados do Dexa, em conjunto com os demais testes que os atletas estão realizando nesta semana, irão guiar as intervenções da equipe visando melhoras diretas na performance.

Daniel Joaquim Pádua, nutricionista da equipe, também conta com os resultados do exame realizado na Unicamp para atender mais precisamente as necessidades dos atletas. “Determinar a composição corporal é fundamental para fazer uma avaliação nutricional adequada de cada atleta e estabelecer metas”, explica.

Mauro Pascoa e atletas em sala de exame

O educador físico e aluno de pós-graduação do Programa de Saúde da Criança e do Adolescente, Mauro Páscoa, que deu suporte ao grupo na realização dos exames, ressaltou a importância do protocolo do Comitê de Ética em Pesquisa para resguardar quem é avaliado. “Sempre que a pesquisa envolve seres humanos é preciso seguir um protocolo para não causar constrangimento”, explica. Segundo ele, além do retorno direto para a equipe, as avaliações geraram um banco de dados que será de grande valia para o centro de pesquisa.

atleta
Yohansson Nascimento – Tem 29 anos. Está na Seleção desde 2006. Já participou de 4 campeonatos mundiais conquistando 8 medalhas. Nas Paraolimpíadas do Rio de Janeiro foi medalha de bronze nos 100m e prata no revezamento.
atleta e atleta guia
Lorena Spoladore – Tem 21 anos. Está na Seleção desde 2012. Foi medalha de ouro no salto no mundial de 2013. Foi medalha de bronze no salto em distância e prata no revezamento nas Paraolimpíadas do Rio de Janeiro. Estuda direito na USP de São Carlos. Está com a matrícula trancada, mas pretende voltar no segundo semestre, depois do Mundial de Londres. Quando perguntada sobre suas expectativas para 2017, é categórica: “Agora é brigar pelo ouro”.
Renato Benhur – Tem 23 anos. É o guia da Lorena desde 2015. Durante os treinos e competições, ele dá coordenadas e direções para a atleta. Ele conta que a relação dos dois tem que ser de profunda confiança e sincronia. “Dentro da pista a gente ter que ser um só. Ela é a força, eu sou os olhos”, conta.

O grupo voltará em março e maio para repetir o exame.

Imagem de capa
Atleta paralímpico realiza exames em um equipamento no  Centro de Investigação em Pediatria (Ciped) da Unicamp

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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004