O trabalho educativo que a Unicamp realiza também com a comunidade externa foi várias vezes lembrado pelas autoridades que compuseram a mesa de encerramento da 15ª edição do programa Ciência & Arte nas Férias (CAF) na sexta-feira (3), no Centro de Convenções da Unicamp, com casa cheia. Nesse ano, o programa, que permite aos estudantes do ensino médio fazerem um estágio de um mês nos laboratórios da Universidade, reuniu não só o maior número de participantes (195), mas o maior número de projetos (107) e também o maior número de escolas (68) das redes públicas de Campinas, Piracicaba e Limeira. “Essa edição suplantou as nossas expectativas e esses indicadores devem ampliar mais ainda nos próximos anos”, ressaltou Gláucia Maria Pastore, pró-reitora de Pesquisa da Unicamp e anfitriã do evento.
Além de Gláucia Pastore, participaram da solenidade o professor Fernando Coelho, coordenador do CAF; Rodrigo Calvo Morte, diretor da Orquestra Municipal de Campinas; Silvana Roberto, representante da Diretoria Regional de Ensino Campinas Leste; e Érica Frau, representante da Diretoria Regional de Ensino Campinas Oeste.
Segundo a pró-reitora, tem sido uma honra para a instituição sediar, receber e colaborar com esses jovens. "Eles vêm movidos pela busca do 'conhecimento', um objeto muito delicado", comentou. "Desde que chegam aqui, muita coisa muda na história de cada um. Foi assim também na história universal: pequenos gestos saíram do coração”, observou.
A professora agradeceu a todos os que colaboraram com o CAF 2017 e frisou junto aos estudantes a necessidade deles se tornarem líderes em suas escolas, em suas comunidades e em suas famílias. “O nosso país vive momentos muito difíceis. Devemos entender isso e colocar tudo o que for de melhor na frente dos obstáculos. Não podemos aceitar essa situação. Nesses 30 anos trabalhando aqui, vi coisas incríveis sendo descobertas e isso precisa ser recordado”, afirmou ela.
Fernando Coelho sublinhou em sua fala que a instituição não é um lugar em que o conhecimento produzido não serve para nada. “Ao contarem o que viram aqui, vocês estarão cristalizando o conhecimento em todas as esferas da vida. É através, e graças, a esse conhecimento que conseguimos inverter a pirâmide social”, disse. “As experiências que viram aqui partem de pessoas apaixonadas pelo que fazem”, ressaltou.
Érica Frau pontuou que os participantes do programa fizeram a escolha certa ao optarem pelo estágio na Unicamp nesse período de férias escolares, o que deverá enriquecer a sua trajetória e lançar novos desafios. Silvana Roberto parabenizou os alunos por encararem a Universidade com dedicação e coragem. Rodrigo Calvo elogiou a Unicamp pela iniciativa e por incluir no programa a área de artes, estimulando o fomento à cultura no país.
Os professores Gláucia Pastore e Fernando Coelho foram homenageados com um quadro do projeto “Direitos fundamentais, artes e jogos: um diálogo multidisciplinar”, orientado pela professora da Faculdade de Educação (FE) Ana Elisa Spaolonzi. Ele traz uma reflexão sobre a sociedade e os direitos fundamentais por meio das vivências com jogos de tabuleiro e das linguagens expressivas. As alunas Beatriz Branco, Fernanda Teixeira, Izabelle Galani e Nathalia da Silva foram suas autoras. Gláucia Pastore informou que esse presente fará parte da decoração da sala da Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP), órgão que promove o CAF.
Os alunos Fernanda Teixeira e Daniel Milanêz discursaram em nome dos participantes do CAF, salientando a alegria de terem conhecido o cotidiano da Unicamp e de terem se inteirado sobre seu ensino e sua pesquisa. O monitor Lucas Melo, estudante do curso de Engenharia Elétrica, trouxe palavras de incentivo aos estudantes do CAF.
Gláucia Pastore encerrou a solenidade convidando a todos para assistirem a um vídeo de animações, produzido pelos alunos do CAF com orientação do professor Wilson Lazaretti, no Ginasinho da Faculdade de Educação Física (FEF), paralelamente a uma exposição de todos os projetos desta edição do programa.
Para a aluna Júlia Silva, 15 anos, do segundo colegial da Etec "Bento Quirino", ter passado por estágio no Centro de Memória Unicamp (CMU) produziu uma reviravolta em sua vida. Por isso ela planeja estudar no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp. Anteriormente, queria cursar educação física. A jovem contou que aprendeu a zelar de fotografias e a higienizá-las.
Além de dar à luz um projeto sobre a coleção de Dina Lisboa, atriz brasileira, Júlia teve a chance de idealizar a exposição "Dina Lisboa – arte e memória" no saguão do CMU, já aberta. Conforme a aluna, Dina não teve o devido reconhecimento em sua carreira, apesar do seu grande valor nas atuações de teatro e TV. "Morreu desencantada com a sua atividade. Muitos diziam que ela não tinha uma boa aparência", revelou.
Já a aluna Eduarda Fonsechi, 17 anos, da Escola "Américo Belo Homem", de Valinhos, aprendeu sobre os produtos aerados no estágio que fez na Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA). No laboratório em que foi recebida trabalhou com marshmallow, balas, pirulitos e frutas. Gostou tanto de permanecer esse mês na Unicamp que espera prestar vestibular no próximo ano e também se engajar no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica do Ensino Médio (Pibic-EM).
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