Unicamp contesta números de reportagem sobre ProFIS 

Os números apresentados pelo jornal Metro, na edição nº 1.691 de 14 de março de 2017,sobre o Programa de Formação Interdisciplinar Superior (ProFIS) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), são incorretos e a análise feita sobre a evasão no programa está equivocada.

De acordo com o jornal, a evasão anual apresentaria uma variação entre 62% e 76%. As estatísticas registradas pela Unicamp desde 2011, porém, revelam que o percentual calculado pela reportagem está incorreto e apresenta uma imagem distorcida da realidade. A coordenadora do ProFIS, Cassiana Maria Reganhan Coneglian, citada na matéria, contestou os percentuais publicados pelo jornal.

Segundo a equipe responsável pela avaliação continuada do Programa, formada por pesquisadores do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (NEPP), o erro começa pelo total de 1.169 alunos que, segundo a matéria, teriam ingressado no ProFIS no período considerado (2011 a 2015). Uma vez que a cada ano ingressam 120 alunos, até 2015 600 alunos haviam ingressado. Considerando as outras duas turmas (2016 e 2017), o máximo de ingressantes foi de 839 alunos.

O segundo erro da matéria está na forma de cálculo da evasão, que foi efetuado de maneira suplementar, ou seja, considerou-se a evasão como sendo a diferença entre o total de matriculados menos o total de formados. Assim, a matéria erra ao deixar de considerar aqueles que ainda estão cursando e não evadiram, uma vez que o curso tem duração mínima de dois anos e máxima de três anos.

A forma de cálculo de evasão mais aceita internacionalmente leva em conta a turma de ingresso e considera o mesmo aluno ao longo do tempo, desde seu ingresso até a saída do programa.

Tomando esta metodologia como base, como apresentado na tabela 1 e gráfico 1, as taxas de evasão do ProFIS foram 49%, 38%, 38% e 23% respectivamente às turmas de 2011, 2012, 2013 e 2014. Após este período é prematuro analisar a evasão, pois a maior parte dos alunos ainda encontra-se matriculado no programa. Essa taxa vem caindo sistematicamente a cada nova turma.

Segundo a metodologia de avaliação, que está sendo realizada desde 2011, a equipe do NEPP também considera o impacto do ProFIS na permanência no ensino superior. Considerando-se apenas o ambiente da Unicamp, é possível calcular a taxa de evasão da Unicamp, descontando-se os alunos que não concluíram o ProFIS, mas retornaram pelo vestibular para os cursos de graduação. Desta forma, a taxa de evasão da Unicamp da primeira turma seria ainda menor (34%). Além disso, dos 264 alunos que entraram na graduação após a conclusão do ProFIS, apenas 3,4% evadiram.

A Unicamp lamenta a análise feita de maneira incorreta, que ignora o esforço da instituição para ampliar a inclusão social em seus cursos de graduação.

 

Assessoria de Comunicação

Campinas, 15 de março de 2017


Gráfico


Tabela 1

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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004