Com objetivo de articular instituições de pesquisa, iniciativa privada e poder público, visando uma estratégia nacional para a valorização da biomassa no país, a Faculdade de Engenharia Química (FEC) e o Agropolo Campinas-Brasil promoveram nesta terça-feira (21) e quarta-feira (22), no auditório do Grupo Gestor de Benefícios Socoais (GGBS) da Unicamp, o 5º Workshop Bioeconomia. Com o tema “Valorização da biomassa para produtos químicos”, o evento é parte de um ciclo de 12 oficinas abordando áreas estratégicas de pesquisa, entre as quais resíduos agrícolas, biocombustíveis aeronáuticos, alimentos funcionais processados, agricultura de precisão e plantas aromáticas e medicinais.
“A importância da utilização da biomassa é um deslocamento que a gente vai observar de produtos oriundos de petróleo para produtos renováveis. Biomassa é renovável, então é o principal candidato para substituição, sobretudo na área de produtos químicos”, afirmou Gustavo Paim Valença, coordenador do evento.
“Existe uma transição da era do petróleo para a era de biomassa. O Brasil é um país que produz bastante biomassa, mas tem potencial de produzir muito mais”, afirmou Luis Cortez , vice-reitor executivo de Relações Internacionais (Vreri) e pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético da Unicamp (Nipe). Segundo ele, o país tem potencial para ser líder na nova indústria, mas se ressente da falta de políticas públicas e entrosamento da sociedade. “Cada um faz sua parte, mas não trabalham juntos. A academia, a indústria e o governo precisam agir em conjunto. A valorização da biomassa no Brasil poderia ser uma alavanca para o desenvolvimento”, argumenta Cortez.
Conforme explicou Ricardo Baldassin Jr, gerente de projetos do Agropolo, além do clima favorável e da abundância de terras, a experiência agrícola brasileira é considerada uma vantagem competitiva importante. De acordo com ele, o Brasil é um dos poucos países com esse perfil, sendo necessário apenas um planejamento para fazer um uso adequado dessa terra. “Tudo o que é feito hoje com o petróleo, é possível fazer com culturas agrícolas. O principal efeito disso é o combate ao aquecimento global. Só que ainda há muito desafio tecnológico e mercadológico a ser enfrentado”, ponderou.
No encontro de hoje, foram expostas as experiências brasileira, holandesa e francesa na área de produção sustentável de biomassa para produtos químicos. Em seguida, foram debatidos desafios e estratégias para valorização da biomassa para essa produção. Amanhã, o evento será voltado para oficinas práticas de análise e planejamento de ações conjuntas para desenvolvimento do setor.
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