"Louvado seja Deus, ó meu Pai, louvado seja Deus, ó meu Pai. Bota a rede no mar. Ô canoeiro, bota a rede no mar. Cerca o peixe, bate o remo, puxa a corda, colhe a rede. Ô canoeiro, puxa a rede do mar..." A música do compositor Dorival Caymmi foi a inspiração para o projeto “Histórias de pescador”, do Programa Aluno-Artista da Unicamp, apresentado nesta quinta-feira (30) na sala do Conselho Universitário (Consu) da Universidade. Aconteceu no contexto do lançamento do catálogo da sexta edição do programa e do anúncio dos 15 novos projetos contemplados pela sétima edição do programa, que é gerenciado pelo Serviço de Apoio ao Estudante (SAE) em parceria com a Pró-Reitoria de Graduação (PRG) e vai de abril a novembro deste ano.
A cerimônia contou com a participação de alunos, professores e funcionários. A mesa de abertura foi composta pelo coordenador geral da Universidade, Alvaro Crósta; pelo coordenador do SAE, José Ricardo Figueiredo; e pela assessora cultural do SAE, a maestrina Vívian Nogueira.
Para Vívian Nogueira, essa tem sido uma experiência altamente positiva e que deve ser replicada em outras instituições. Até aqui, foram concluídos cerca de 100 projetos diferentes, que refletem a cultura de várias formas. "O Programa Aluno-Artista é pioneiro, da maneira como foi idealizado, para propiciar aos alunos da graduação o seu desenvolvimento artístico”, ressaltou. A assessora cultural disse que o programa vem sendo, e deve continuar sendo, aprimorado. Ela julga que o fato dele ter sido difundido em diversos lugares da Universidade e fora dela (Teatro Castro Mendes, o CIS-Guanabara e a Concha Acústica do Taquaral) somente colabora para que a iniciativa ganhe maior visibilidade e prossiga.
De acordo com o professor Figueiredo, apesar da crise que assola o país, o Programa Aluno-Artista não sofreu "muito" com esse processo, principalmente levando-se em conta que, quando as finanças não vão bem, os que primeiramente sofrem cortes, historicamente, são as ações culturais e a área da educação. Figueiredo citou alguns exemplos de alguns projetos em outros locais, como a Banda Sinfônica de SP, que foram descontinuados. “Tivemos o congelamento do valor das bolsas e, em termos de números, elas não foram ampliadas, mas tivemos apoio institucional para enfrentar esse momento", informou. Ele elogiou os projetos que têm surgido a cada ano e afirmou que "eles demonstram grande sensibilidade, estimulam novos olhares, divertem e encantam".
Com a palavra, Alvaro Crósta lembrou que esse é um ciclo que se fecha (a edição 2016) e outro que se abre (a edição 2017) para os participantes do Programa Aluno-Artista e para a Reitoria. “Conseguimos realizar grande parte das ações com as quais nos comprometemos. Esse projeto é anterior à nossa gestão e deve continuar sendo estimulado. É um programa exemplar e deve ser olhado com muito carinho”, ressaltou.
O aluno do curso de Artes Cênicas Victor Sousa, um dos proponentes do projeto “Histórias de pescador”, contou que esse ano foi particularmente muito produtivo para o seu grupo. “Foi um bom jeito de termos um contato com a arte dentro da própria Universidade. Fizemos 21 apresentações ao longo do ano e esse trabalho envolveu diversas mídias e, além dos espetáculos, incluiu oficinas, uma exposição de fotografias, a criação de um vídeo e um pocket show”, relatou. "Documentamos o trabalho de muitas maneiras e todos puderam dar o seu melhor. Agora, com essa experiência, fiquei um pouco dividido entre trabalhar com a produção e a interpretação. Fui ator e coordenador de produção de equipe ao mesmo tempo. Foi um trabalho muito interessante”, classificou o aluno.
Programa
O Programa Aluno-Artista, iniciado em 2010, tem o objetivo de incentivar os alunos de graduação da Unicamp, de qualquer área de formação, a apresentar projetos de cunho artístico-cultural. Cada projeto tem dois proponentes, que recebem uma bolsa aluno-artista pelo período de oito meses, além de R$ 3 mil para a execução do projeto, que se ramifica em Artes Cênicas, Artes Corporais, Artes Visuais e Multimeios, Música, Literatura e Diversidade Cultural. Conta com um histórico de cerca de 80 apresentações mensais. A partir da quinta edição houve informatização de todas as etapas do programa através do sistema SIG/SAE, aprimorando a inscrição, seleção e o acompanhamento dos projetos contemplados.