A Unicamp acaba de concluir o Relatório de Atividades referente ao período 2013-2017. O documento, que contém 246 páginas, apresenta um balanço da gestão do reitor José Tadeu Jorge, que se encerrará no próximo dia 19 de abril. De acordo com o texto, a despeito das dificuldades orçamentárias provocadas pela crise financeira do país, a Universidade conseguiu manter ao longo do quadriênio o padrão de qualidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão. “Quando a crise for superada, a Unicamp estará preparada para experimentar um crescimento qualitativo e quantitativo sem precedentes”, analisa Tadeu Jorge.
O relatório, segundo o reitor, é uma prestação de contas tanto à comunidade universitária quanto à sociedade em geral sobre os avanços registrados no período. O documento reúne as principais realizações em diferentes áreas. Um dos destaques da gestão, assinala Tadeu Jorge, foi a implementação de um programa para repor o quadro docente, que estava estrangulado havia vários anos. “A Administração Central entendeu que a recomposição do número de professores era essencial para garantir a qualidade do ensino”, assinala o reitor.
Graças à medida, a instituição concluiu 2016 com 1.909 docentes, um salto significativo ante os 1.757 registrados em 2013. “O quadro de professores estava totalmente desvinculado da produção da Universidade, que vinha crescendo ano a ano. A recomposição do número de docentes foi uma das prioridades desta gestão”, pontua Tadeu Jorge. De acordo com ele, se não fosse a crise financeira sem precedentes que atingiu o Brasil, e que provocou quedas reais do orçamento da Universidade por três anos consecutivos, algo inédito na história, a instituição poderia ter progredido mais nos últimos quatro anos.
Ainda assim, prossegue Tadeu Jorge, muitos avanços foram alcançados, por causa da decisão consciente da Administração Central de utilizar parte das reservas financeiras acumuladas pela Unicamp ao longo dos anos. “Nós trabalhamos com a realidade imposta pela crise. A opção foi por investir em áreas e programas que não permitissem a deterioração das principais atividades da Universidade”, explica.
Além da recomposição do quadro docente, o reitor citou outras iniciativas que, no seu entender, foram importantes para a instituição. “As duas revisões promovidas no PAAIS [Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social] foram fundamentais para que a Unicamp atingisse o objetivo de ter 50% dos alunos ingressantes vindos da escola pública. A criação da Câmara para Análise e Aprovação de Convênios e Contratos foi outra medida da maior relevância. Ela reduziu o tempo de assinatura de um convênio ou contrato de seis a oito meses para 15 a 20 dias”, aponta Tadeu Jorge.
O dirigente também menciona o processo de isonomia salarial entre os funcionários da Unicamp com os da USP como uma medida de destaque. “Embora não tenhamos conseguido concluir o processo, nós atingimos quase metade do valor, o que não é pouca coisa. Não conseguimos ir além justamente por causa das dificuldades orçamentárias”, explica o reitor. Por fim, Tadeu Jorge indica a implantação das 30 horas de trabalho semanais para os profissionais da saúde diretamente vinculados à assistência como mais uma realização importante da atual gestão.