Considerado um dos maiores gênios da história em quadrinhos (HQ), William Erwin Eisner (1917-2005) reforçou o aspecto humano dos personagens, opondo-se aos super-heróis que dominaram o gênero. Judeu norte-americano filho de imigrantes, o quadrinhista enfrentou a censura do macarthismo, foi recrutado para produzir propaganda para o exercito norte-americano na Segunda Guerra Mundial e, a partir de 1978, foi responsável pela popularização da graphic novel (romance gráfico). Trabalhou durante sete décadas para o reconhecimento das HQs como arte. No ano do centenário de seu nascimento, o cartunista é tema da exposição Traço e cor de Will Eisner, no estúdio do Laboratório de Imagem e Som 'Prof. Dr. Carlos Roberto Fernandes' (LIS), da Unicamp, que será inaugurada na próxima quarta-feira (14), às 16h30.
“Ele é o pai da história em quadrinhos em todos os sentidos. Eisner fez a diferença porque detestava super-heróis. Ele desenhou histórias de aventura, mas sempre considerando o aspecto humano dos personagens, nenhum tinha superpoderes”, explicou Carlos Roberto Fernandes, coordenador do LIS e curador da mostra.
A mostra conta com a versão brasileira de “Spirit”, publicada em 1990 pela editora Abril, e com a reprodução em painéis da íntegra de “Um contrato com Deus”, sua primeira graphic novel, além de capas de romances gráficos como “Fagin, o judeu” e “Nova York, a grande cidade”. Segundo Fernandes, os 100 anos do artista e os 15 anos do Laboratório foram ocasião para organizar a exibição que há tempos planejava.
Como parte da mostra, será exibido o premiado documentário “Will Eisner, profissão cartunista”, da diretora brasileira Marisa Furtado, segunda-feira (19) e quarta-feira (21), às 19 horas no auditório do LIS.
A programação comemorativa dos 15 anos do LIS incluirá ainda a exibição do longa “História antes de uma história”, dirigido por Wilson Lazaretti (IA), produzido com apoio do Laboratório, também no auditório do LIS. (Leia também: Animação "História Antes de Uma História" estreia em Campinas)