A Unicamp e a BYD, gigante global especializada em energia limpa e fabricante de baterias e veículos elétricos, assinaram na manhã desta quarta-feira (21) uma carta de cooperação que prevê o repasse para a Universidade de mais de R$ 5 milhões até 2020. A intenção é fundar um Centro de Pesquisas Fotovoltaicas e estabelecer parcerias em atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico. A solenidade ocorreu na sala do Conselho Universitário (Consu), com as presenças do reitor Marcelo Knobel, do pró-reitor de Pesquisa Munir Skaf, do vice-ministro de Indústria e Tecnologia da Informação da China Xin Guobin, da vice-presidente mundial da BYD Stella Li e do presidente da BYD no Brasil Tyler Li.
“Vamos aproveitar a cooperação para contribuir com pesquisas de base e aplicadas, trazendo o conhecimento da Unicamp e nossa força de trabalho para os estudos que possam ser úteis para o desenvolvimento sustentável do país e do mundo”, salientou o reitor da Unicamp. Knobel enfatizou que na Unicamp já existem várias colaborações científicas com a China (país de origem da BYD), além do Grupo de Estudos Brasil-China e do Instituto Confúcio, com o ensino de mandarim. O reitor também disse que a Universidade é pioneira no estudo da energia fotovoltaica. “Temos aqui um grupo de competência de nível mundial nessa área”.
A parceria abrirá novas possibilidades na área de pesquisa fotovoltaica, na opinião do pró-reitor de Pesquisa. “Como se sabe, o Brasil é um país extremamente rico em termos de energia solar, e converter essa energia solar em energia utilizável na forma de eletricidade é muito importante”, destacou Munir Skaf. Ele detalhou a competência da Universidade na área, por meio de três unidades de pesquisa: a Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), o Instituto de Física "Gleb Wataghin" (IFGH) e a Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM). De acordo com Skaf, o fenômeno físico por trás do processo de conversão da energia fotovoltaica, embora já bem conhecido, pode ser mais estudado com o objetivo de aprimorar e baratear a tecnologia para a população.
A BYD, com cerca de 20 mil engenheiros pesquisadores em seu corpo de funcionários ao redor do mundo, inaugurou em abril deste ano, em Campinas, uma fábrica de painéis solares. Em 2015, a empresa já havia instalado na cidade uma fábrica para produção de ônibus elétrico e comercialização de veículos e empilhadeiras. O investimento da BYD é uma contrapartida do Padis (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores e Displays, do governo federal), programa no qual a companhia está inscrita. O aporte será feito anualmente e de forma gradual, sempre em função do faturamento em P&D. Em 2017 e 2018, o percentual é de 4% e em 2019 e 2020 chegará a 5% do faturamento líquido no mercado interno.
“Nosso compromisso com a instituição é criar um centro de pesquisa que será referência no país nessa matéria. Isso certamente levará a novas colaborações e parcerias, além da criação de empregos na busca por um desenvolvimento sustentável”, afirmou a vice-presidente da empresa Stella Li. O vice-ministro chinês Guobin Xin falou na solenidade sobre o relacionamento amistoso e cada vez mais próximo entre China e Brasil. Ele destacou a existência do Instituto Confúcio na Unicamp e a importância da Universidade no cenário latino-americano. Na área de energias renováveis, ele acredita que os dois países ainda têm muito a contribuir. “O ministério continuará apoiando as parcerias entre empresas chinesas e instituições brasileiras”.