Imagine se todos os recursos destinados à pesquisa fossem devidamente avaliados, priorizados e considerassem um conjunto híbrido de possíveis impactos sociais. Em tempos de avaliação de pesquisadores por publicações em revistas de ranking e crise financeira, o conceito de “foresight” (aqui, uma terminologia que vai além de previsão, prospecção ou futurologia) surge com força total entre especialistas brasileiros. O workshop “Ex ante Evaluation, Prioritization, and STI Planning”, realizado nos dias 4 e 5 de julho na Unicamp, sob organização do Departamento de Politica Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências (IG), em parceria com o Innovation Systems, Strategy and Policy (InSySPo), abordou métodos e experiências na área.
Sérgio Salles-Filho, atual diretor do IG e co-organizador do workshop, explica que a reunião é parte de um projeto Fapesp intitulado “São Paulo Excellence Chair”, que coloca em contato, por cinco anos, pesquisadores do Brasil e do exterior em diversas áreas do conhecimento. “No nosso caso, queremos não só publicar resultados acadêmicos de priorização e modelos, mas poder auxiliar financiadores de pesquisa e formuladores de políticas públicas a tomarem decisões, focando a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, afirma.
A análise de tecnologia orientada para o futuro (FTA), base do conceito de “Foresight”, é um guarda-chuva de atividades que facilitam ações coordenadas, com base em diversas tradições e métodos de pesquisa, mais complexas do que estilos clássicos de avaliação. Para Ian Miles, professor da Universidade de Manchester (Inglaterra) que abriu o evento, o sistema atual de inovação deve “transcender disciplinas individuais, considerar métodos múltiplos de previsão, suprindo a ineficiência estatal e formando uma rede de colaboração”, sugere. Apresentação de ferramentas de análise e estudos de caso de países como Brasil, México, China e Estados Unidos também compuseram a programação do workshop.
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