Morreu nesta quinta-feira (20), aos 76 anos, Marco Aurélio Garcia, professor aposentado do Departamento de História da Unicamp e ex-assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais. O velório será iniciado a partir das 10 horas desta sexta (21), no hall da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e se estenderá ao longo do dia. Marco Aurélio Garcia foi personagem-chave na história do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) e um dos fundadores do Arquivo Edgard Leuenroth (AEL), ambicioso projeto de coleta e preservação de documentos sobre a história social do trabalho. Garcia acreditava na importância do acervo e defendia que ele deveria ser tão grande quanto sua capacidade de preservar a memória. “O céu é o limite”, dizia Garcia, quando foi diretor do AEL no final da década de 70, período em que o arquivo ainda funcionava nos porões do Instituto.
Vinculado historicamente à esquerda nacional e ao Partido dos Trabalhadores (PT), Marco Aurélio Garcia foi um importante líder na política externa brasileira durante as duas gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi um idealizadores dos Brics, grupo de países de economia emergente formado por Brasil, Rússia, Índia e China e defendeu o fortalecimento das relações Sul-Sul, que priorizava as parcerias com países em desenvolvimento.
Biografia
Além de professor da Unicamp, ele também foi professor na Universidade do Chile, na Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais e nas universidades Paris VIII e Paris X, na França. Formou-se em Filosofia e Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pós-graduado na Escola de Altos Estudos e Ciências Sociais de Paris. Nos anos 60, foi vice-presidente da UNE e vereador na cidade de Porto Alegre. Entre 1970 e 1979, esteve autoexilado no Chile e na França. Após a anistia, voltou para o Brasil e foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores.