IFCH realiza homenagem póstuma ao filósofo Fausto Castilho

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Fausto Castilho, professor emérito da Unicamp
Fausto Castilho, professor emérito da Unicamp

Fausto Castilho foi um dos fundadores do Instituto de Filosofia e Ciência Humanas (IFCH) da Unicamp. Dirigiu as coleções multilíngues de filosofia e estudos de filosofia moderna e contemporânea da Editora da Unicamp. Escreveu a história da Unicamp, uma reflexão sobre O Conceito de Universidade no Projeto da Unicamp. Com essas contribuições, ele certamente não passaria despercebido. Tanto que o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, em reconhecimento à sua trajetória, batizou o auditório do instituto com o nome do ilustre filósofo, que era professor emérito da instituição.

A homenagem foi seguida por membros da comunidade universitária na tarde desta quinta-feira (3) e dirigida pelo professor Jorge Coli, diretor do IFCH. Coli enfatizou que Castilho foi uma personalidade da maior grandeza e que, mesmo após a sua morte, a Unicamp desfruta de sua presença e de seu pensamento ainda hoje.

Castilho, ainda em vida, doou à Unicamp o seu acervo de livros, que passou a integrar a Coleção Especial e Obras Raras (Ceor) da Biblioteca Central "Cesar Lattes" (BCCL), que será chamada em breve Biblioteca de Obras Raras (Bora). Relembrou alguns feitos do ex-professor, como por exemplo o fato de ter sido o primeiro diretor do IFCH, de ter traduzido Heidegger e de ter desenvolvido trabalhos sobre Sartre e Descartes, que ainda são referência para os estudos contemporâneos. Coli, ao mesmo tempo, contou que o auditório “Prof. Fausto Castilho” passou por reforma recente e que esse trabalho foi concluído graças ao empenho dos funcionários da casa. Informou à plateia que no mês de outubro está prevista a realização de um seminário de filosofia que destacará as obras de Castilho, em memória ao ex-professor.

Comunidade homenageia Castilho no auditório que leva seu nome
Comunidade homenageia Castilho no auditório que leva seu nome

A professora Teresa Atvars Dib Zambom, coordenadora geral da Universidade, disse que Fausto Castilho deixou para a Universidade um legado intelectual de grande vulto. “A homenagem póstuma é oportuna e honra muito a Unicamp e o país. Além de ser um marco intelectual, é ainda um marco institucional”, ressaltou. Ela também contou que a Reitoria está envidando esforços para finalizar o prédio da nova Biblioteca de Obras Raras, que deve igualmente receber o nome de Fausto Castilho.

Outros professores participaram da homenagem. Pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac) e docente do Instituto de Artes (IA), Fernando Hashimoto considerou justa essa distinção, sobretudo pela grande projeção do ex-professor da Unicamp no cenário da filosofia. A professora Rosana Baeninger, que estudou no IFCH, comentou que o Consu aprovar o nome de Castilho para nomear o auditório é uma grande celebração que se faz à memória dele.

O artista e professor do IA Fernando Tacca frisou que se sentiu lisonjeado por participar desse momento do IFCH como pesquisador e artista. E explicou o motivo: ele e Rosana Baeninger participaram da homenagem a Castilho apresentando duas exposições. Rosana Baeninger lançou a exposição Somos Todos Imigrantes, pertencente à Missão Paz, de São Paulo, que ficará na Biblioteca do IFCH até o dia 31 deste mês e Fernando Tacca expõe O Inferno Nunca se Farta, com curadoria de Priscila Sacchettin até o dia 3 de novembro. 

Exposição Somos Todos Imigrantes
Exposição Somos Todos Imigrantes, pertencente à Missão Paz, de São Paulo
Exposição Todos Somos Imigrantes, pertencente à Missão Paz, de São Paulo
Exposição Todos Somos Imigrantes, pertencente à Missão Paz, de São Paulo

O trabalho de Rosana Baeninger retrata os últimos cinco anos das imigrações. “O IFCH sempre teve esse tema presente em inúmeras teses que foram desenvolvidas e no GT da Cátedra “Sérgio Vieira de Melo”, que visa estimular o debate e a produção de conhecimento sobre os refugiados na Unicamp, criando um diálogo com eles. Também neste semestre temos uma disciplina sobre imigrações. São várias vertentes nessa direção”, contou. A ideia da exposição, que já aconteceu na BCCL, é trazer a presença imigrante à Universidade.

A exposição de Tacca retrata as perseguições políticas durante a época da ditadura militar. O trabalho envolve ensaios fotográficos de amigos dele presos e fichados pelo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social). Os registros se aludem ao dia 22 de setembro de 1977, quando policiais invadiram uma assembleia estudantil na PUC/SP e prenderam centenas de estudantes. Dar rosto e nome a essas pessoas que receberam tratamento autoritário recupera a memória delas. "A exposição se chama  'O inferno nunca se farta' porque ele tem fome e nos rodeia o tempo todo", garantiu. "A invasão da PUC foi um ato de revanche”, disse. 

Para finalizar as comemorações no IFCH, foi lançado o catálogo "Territórios e outros trabalhos", do arquiteto e artista Claudio Tozzi. Trata-se de uma exposição na qual Tozzi empresta criações recentes. "Estão sendo mostradas na Unicamp e pela primeira vez no país. Suas obras revelam um aspecto filosófico, situado na fronteira entre o sensível e o inteligível. Elas fascinam e suscitam a imersão contemporânea, ao mesmo tempo que solicitam o espectador no seu intelecto", revelou Jorge Coli.

Exposição retrata amigos de Tacca presos durante a ditadura militar
Exposição retrata amigos de Tacca presos durante a ditadura militar

 

Exposição retrata amigos de Tacca presos durante a ditadura militar
Exposição retrata amigos de Tacca presos durante a ditadura militar

 

Professora Teresa Atvars, coordenadora da CGU
Fernando Hashimoto, pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários
Rosana Baeninger apresenta exposição na biblioteca do IFCH
Fernando Tacca apresenta exposição na biblioteca do IFCH
Jorge Coli, diretor do IFCH, fala da importância de Fausto Castilho
Tozzi lança catálogo de obras inéditas na Unicamp, acompanhado por Jorge Coli
Imagem de capa
O filósofo Fausto Castilho, professor emérito da Unicamp, é homenageado

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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004