A Unicamp recebeu a visita nesta sexta-feira (18) de Juvenal Araújo, responsável pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) do Ministério dos Direitos Humanos do Governo Federal. O secretário foi recebido pelo reitor da universidade, Marcelo Knobel; pela pró-reitora de graduação, Eliana Amaral; e pelo coordenador de pesquisa da Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest), Rafael Maia.
A reunião foi acompanhada por representantes do Ministério da Educação, do Centro de Referência no Combate ao Racismo da Prefeitura de Campinas, da Coordenadoria de Políticas para a População Negra e Indígena da Secretaria de Justiça do Estado de São Paulo, da Comissão da Verdade da Escravidão Negra da OAB Campinas, e do Núcleo de Consciência Negra da Unicamp. O secretário Juvenal Araújo veio a Unicamp oferecer suporte e apoio ao processo de implantação das cotas étnico-raciais no vestibular da Unicamp. O dirigente explicou que a Secretaria atua no monitoramento e avaliação das ações de inclusão social nos processos de reservas de vagas para negros e indígenas nos processo seletivos de ingresso ao ensino superior.
Pela parte da Unicamp, foram apresentados ao secretário o acúmulo que a universidade adquiriu ao longo do processo de debates que culminaram na aprovação de cotas étnico-raciais no vestibular, e outras iniciativas que visam a ampliação da diversidade entre os ingressantes dos cursos da universidade. Também foi lembrado a adesão da Unicamp ao Pacto Universitário pela Promoção do Respeito à Diversidade, da Cultura da Paz e dos Direitos Humanos, iniciativa conjunta do Ministério da Educação e do Ministério da Justiça e Cidadania que visa a promoção da educação em direitos humanos no ensino superior.
Segundo o secretário Juvenal Araújo, a implantação de cotas étnico-raciais no vestibular da Unicamp é uma iniciativa positiva. "Para nós é muito importante, além da adesão às cotas, que tenhamos mecanismos de aferição desse sistema para evitar fraudes, em especial nos cursos onde existe dificuldade de ingresso da população negra. A posição da Unicamp, de estar de braços dados com todos os outros órgãos que lutam contra o racismo e interessada em criar mecanismos para ampliar a diversidade dos alunos e professores, é muito importante para nós", avaliou Juvenal. "Nos colocamos à disposição para que possamos ajudar a universidade a absorver essa diversidade".
A pró-reitora de graduação, Eliana Amaral, disse que o diálogo e a troca de experiência com outras instituições ajudam a encurtar o caminho para a implementação de medidas efetivas para a adoção das cotas. “Vivenciar a diversidade torna mais fácil compreender os benefícios das cotas. Temos trabalhado na Pró-Reitoria de Graduação o conceito de que a diversidade traz ganhos para a qualidade da formação. Temos a certeza que estudantes com diferentes origens e experiências ajudam a preparar o profissional versátil que amanhã estará no mercado. Para nós a diversidade é um ponto positivo no sentido de qualificar ainda mais a formação”.