A Unicamp está priorizando as obras que deverão receber recursos da reserva orçamentária ainda este ano. São 30 milhões de reais que deverão ser destinados à realização ou conclusão de obras consideradas emergenciais, que envolvem questões de segurança, de saúde ou situações legais envolvidas, como os Termos de Ajustamento de Conduta, (TACs). A listagem, contendo a ordem de prioridade, os valores envolvidos e o andamento dos projetos, é atualizada constantemente com a participação dos gestores de unidades e órgãos e está disponível no site da Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário (PRDU).
Marisa Beppu, pró-reitora de Desenvolvimento Universitário, salienta que a Unicamp não está cancelando projetos, “mas colocando uma ordem de execução que gere menos impacto negativo nas contas da Universidade”. Ela ressalta que o período é um dos mais difíceis para as finanças da Unicamp desde a conquista da autonomia universitária. O déficit projetado para 2017 é da ordem de 290 milhões. “A Unicamp não está inadimplente, está honrando suas despesas. Mas o dinheiro para cobrir o déficit vem do saldo da universidade, as mesmas reservas que seriam a fonte para fazer boa parte da lista de projetos que nós temos, dentre os quais, as obras”.
A lista completa disponível no site da PRDU soma cerca de 290 projetos que demandariam recursos em torno de 560 milhões de reais. Além das obras, também estão previstos projetos de compra de mobiliário, mudanças ou conserto de equipamentos, como o de um tomógrafo da área da saúde, por exemplo. “A lista de prioridades é mutante e a melhor maneira de decidirmos os investimentos é a discussão coletiva e transparente, com a lista pública”.
Além disso há a inclusão de projetos emergenciais, como por exemplo o de adequação do almoxarifado de produtos controlados, recentemente solicitado pela Polícia Federal, que é o órgão que regula a venda e o acondicionamento desse tipo de material. “Soubemos que havia adequações requisitadas para que a Universidade continuasse comprando os produtos”.
A pró-reitora acredita que com as medidas tomadas a Unicamp deverá recuperar o equilíbrio das contas ao mesmo tempo em que dá andamento às obras mais essenciais que serão realizadas. “Criamos uma diretoria executiva de planejamento integrado e creio que o planejamento das obras deveria contemplar a passagem por este crivo. No futuro, qualquer nova obra deverá estar em harmonia com o Plano Diretor da Universidade”.
Projetos como o restauro do Colégio Técnico de Campinas (Cotuca) ou a conclusão do Teatro Laboratório de Artes Cênicas e Corporais são prioritárias segundo a pró-reitora Marisa Beppu, da PRDU. Para a obra no Cotuca a Unicamp está buscando recursos externos e já iniciou negociações para o financiamento com uma instituição financeira, segundo o titular da Diretoria Executiva de Administração (DEA) da Unicamp, professor Roberto Rodrigues Paes.
Em relação ao teatro, a primeira etapa das obras foi concluída, a partir da contratação de empresa especializada na realização de esforço estrutural, conforme informações da engenheira Patrícia Ferrari Schedenffeldt, da Coordenadoria de Projetos e Obras da Unicamp (CPO). A Universidade também busca recursos para a segunda etapa da obra, que inclui os projetos complementares de urbanização, hidráulica, climatização, iluminação cênica etc.
A Universidade rescindiu o contrato com a empresa contratada pela primeira licitação, por um erro construtivo que já foi sanado, com o reforço estrutural. Há um remanescente da obra que é a parte da cobertura, a ser realizada juntamente com a conclusão do projeto. A diretora do Instituto de Artes Grácia Navarro destaca que o teatro é parte de um complexo, que inclui um conjunto de oito salas de aula. “A obra está pronta para crescer”, afirmou.