O Conselho Universitário (Consu) da Unicamp aprovou na tarde desta terça-feira (3), em reunião que deu continuidade à sessão do último dia 26 de setembro, suspensa por causa da invasão do prédio do Consu por um grupo de estudantes, o corte linear de 30% nos valores de todas as gratificações não incorporadas pagas a docentes, pesquisadores e funcionários da Universidade. Os conselheiros também aprovaram a criação de um Grupo de Trabalho (GT) que sugerirá medidas que contribuam para promover um corte de gastos da ordem de R$ 25 milhões em 2018, o que corresponde a cerca de 10% do déficit orçamentário projetado.
Durante a sessão, o Consu decidiu, ainda, pela retirada de pauta do item que propunha o reajuste do valor da refeição oferecida pelos restaurantes universitários, que passaria de R$ 2 para R$ 4 para os estudantes não carentes. Pela proposição, os estudantes carentes continuariam recebendo isenção e os funcionários que recebem salários acima de R$ 5 mil teriam uma majoração no valor da refeição de R$ 3, que passaria de R$ 7 para R$ 10. Para os funcionários de baixa renda continuariam os subsídios existentes. O café da manhã passaria, conforme a proposta retirada de pauta, de R$ 1 para R$ 2 reais.
A questão do reajuste das refeições será analisada pelo GT, que terá um mês para concluir os trabalhos. Uma das propostas colocadas pela Administração Central para avaliação do Grupo, cuja composição ainda será definida, é a criação de 500 bolsas alimentação para atender aos estudantes necessitados que ainda não contam com esse benefício.
Enquanto os membros do Consu deliberavam sobre a pauta do dia, estudantes se concentraram diante do prédio do órgão. Eles protestavam contra o eventual reajuste do preço das refeições. O reitor Marcelo Knobel considerou as decisões do Conselho acertadas e destacou que o comportamento dos estudantes ocorreu dentro da normalidade e do respeito às tradições democráticas da Unicamp.
De acordo com Knobel, as medidas de contenção aprovadas e em discussão não resolverão o problema do déficit orçamentário da Universidade, mas ajudarão a instituição a manter as suas principais atividades. “Vamos continuar trabalhando para resolver a questão orçamentária. Temos conversado com o governo do Estado, com deputados estaduais e com a Secretaria de Saúde, no sentido de buscarmos o equilíbrio das contas da Unicamp. Um aspecto que temos destacado é que a área da saúde da Universidade, que é fundamental para uma região com uma população de 5 milhões de pessoas, é subfinanciada e precisa de mais recursos”, pontuou o reitor.