O movimento que objetiva revogar a lei 12.612 que declarou, em 13 de abril de 2012, o educador Paulo Freire como “Patrono da Educação Brasileira” é mais um ato vil de segmentos que estão promovendo o desmonte do Brasil. A opinião é da viúva de Freire, Ana Maria Araújo Freire, que esteve esta tarde na Unicamp, onde ministrou a palestra intitulada “Educação e Reflexão Freireana: contribuição para o mundo novo”. A conferência foi promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU).
Antes da palestra, Ana Maria, que também é educadora, fez uma visita ao reitor Marcelo Knobel. Na ocasião, o dirigente hipotecou o apoio da Universidade aos setores que se opõem à proposta de retirada da figura de Freire como patrono da educação brasileira. “Nós reconhecemos a importância da obra do professor Paulo Freire, que é exaltada tanto nacional quanto internacionalmente”, pontuou o reitor.
Knobel também manifestou a Ana Maria o interesse da Unicamp em receber o arquivo de Freire, caso a família pense em entregar o acervo à guarda de uma instituição que possa preservá-lo e ao mesmo tempo disponibilizá-lo à consulta pública. A viúva do educador ficou de pensar a respeito. Segundo ela, a intenção manifestada por alguns segmentos no sentido de apagar a relevância da obra e do legado de Paulo Freire é própria daqueles que entendem que tudo o que é bom para o país e para os pobres é abominável.
De acordo com Ana Maria, o método freireano se baseia principalmente em estimular o sujeito a pensar, para que ele possa posteriormente transformar a realidade em que vive. “Quem adota esse tipo de postura contra a contribuição de Paulo Freire para a educação brasileira não está interessado que a sociedade pense criticamente”, afirmou. Paulo Freire foi professor da Unicamp e secretário de Educação da Prefeitura de São Paulo, na gestão de Luiza Erundina.