A Unicamp assinou com a Polícia Federal (PF) em Campinas, na manhã desta quarta-feira (1), um novo convênio de cooperação. A cerimônia de assinatura aconteceu na sala de reuniões do Gabinete, perante autoridades da Unicamp e uma comitiva de 15 autoridades da Polícia Federal. Trata-se de um acordo técnico-científico com vistas a implementar projetos de pesquisa e desenvolvimento, com duração indeterminada.
Esse acordo envolve cooperação nas áreas de ensino, pós-graduação, extensão, intercâmbio e prestação de serviços na área jurídica e ciências criminais, entre outras atividades. "É um novo convênio que estamos assinando, depois de cinco anos em que foi firmado pela primeira vez. Ele está sendo ampliado. É uma evolução e estamos indo para uma nova etapa, que já começou e que vai melhorar cada vez mais", salientou Marcelo Knobel, reitor da Unicamp. O convênio anterior envolvia a área de perícia e assuntos técnicos.
O reitor disse que, para a Universidade, essa iniciativa é bastante importante, já que a Unicamp sempre busca ter uma participação na vida da sociedade. Ele também ressaltou que a Polícia Federal é um órgão fundamental para o país e que essa aproximação visa contribuir para algumas melhorias na atuação de ambas as instituições. "Propiciaremos treinamentos na utilização de equipamentos, aproveitaremos a expertise da polícia e também pensaremos em outras ações, sempre mostrando qual é o papel da universidade pública."
Todos os institutos poderão estar envolvidos nessa cooperação, conforme Marcelo Knobel, trabalhando para a formação de RH, em atividades na parte de química, de física, economia, cibernética, computação. É um acordo geral que vai evoluindo conforme demanda. "A polícia tem diversos equipamentos. A Unicamp também, nas áreas de produtos químicos e de física (como os equipamentos de ótica e de microscopia), por exemplo. E, eventualmente, a polícia poderá se beneficiar disso. Não sabemos ainda como essa cooperação será em sua totalidade, mas certamente estamos dispostos a colaborar sempre que necessário", pontuou.
Segundo o delegado da Polícia Federal (PF) de Campinas, Paulo Víbrio Júnior, o objeto do convênio entre a PF e a Unicamp é o estabelecimento de um acordo de interesses comuns, que podem envolver intercâmbio de RH e de informações técnicas, tecnologia, materiais, equipamentos. “O convênio também deve abranger o intercâmbio de equipamentos para a perícia da PF. Além disso, poderemos frequentar a Unicamp, e a Unicamp frequentar a sede da PF e o aeroporto.”
Para Paulo Víbrio Jr., esse projeto deve melhorar a segurança pública da região de Campinas. “Nosso município está em evidência no cenário nacional com a instalação da delegacia da PF, que é uma delegacia estratégica. Esse convênio vem reafirmar ainda mais a posição da delegacia em sua atuação com a segurança pública”, comentou. “Melhorando a atuação do nosso profissional, com certeza o trabalho devolvido para a sociedade também será de melhor qualidade.”
Ele acentuou que a delegacia da PF atende bem a população na questão dos exames químicos e de informações, entretanto acredita que esses aspectos podem ser aprimorados. “A Unicamp tem especialistas que podem acrescentar muito ao trabalho da PF e, por sua vez, a PF abrirá as portas para a Unicamp, para que o corpo técnico-científico da Universidade conheça também o trabalho da PF”, enfatizou. "Sempre defendi que, se houver uma maior cooperação entre os órgãos públicos, o trabalho ficará mais fácil."
Ele lembrou que há dois anos a PF tem desenvolvido convênios com vários órgãos que assessoram a Polícia Federal na região. A PF presta serviços relevantes de polícia judiciária, de investigação e emissão de passaportes. Hoje, a Delegacia de Campinas emite cerca de 11 mil passaportes por mês, além dos serviços de segurança privada, de produtos químicos e de fiscalização de drogas ilícitas, entre outros. "Agora estamos firmando esse importante convênio com a Unicamp, a instituição de maior excelência na América Latina, o que é motivo de orgulho para nossa região", manifestou.
Para o diretor executivo da Escola de Extensão da Unicamp (Extecamp) e um dos responsáveis pelo convênio, Celso Kazuyuki Morooka, essa iniciativa traz a oportunidade de abrir um pouco mais a Universidade para outras áreas de colaboração. Não somente para a parte técnica. Também deve expandir para os cursos de extensão universitária, que poderiam capacitar o pessoal do corpo da PF em diferentes frentes, sobretudo nos cursos de especialização. Mas ele afirmou que a Unicamp não pensa só nas áreas técnicas. “Temos pessoal de frente na PF atuando nos aeroportos, na chegada de passageiros na área de imigração. Eles poderiam estar contando com nossa ajuda na área de línguas, para ajudar nesse atendimento”, comentou.