O Conselho Universitário (Consu) da Unicamp, órgão máximo deliberativo da Universidade, confirmou as deliberações aprovadas anteriormente pelo próprio órgão que estabelecem o corte linear de 30% nas gratificações não incorporadas pagas a docentes, pesquisadores e funcionários e a submissão à análise do Conselho das iniciativas que impliquem em aumento de gastos para a instituição. A decisão foi tomada durante reunião extraordinária realizada na manhã desta terça-feira (7), convocada a pedido do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), a partir do recolhimento de 25 assinaturas de conselheiros.
O reitor Marcelo Knobel considerou o resultado da reunião importante. “É sempre saudável discutir democraticamente as questões que preocupam a comunidade universitária, e o Consu acabou ratificando as matérias aprovadas anteriormente. As medidas de corte de gastos são duras, mas necessárias para enfrentarmos o atual momento de crise financeira. Temos convicção de que estamos caminhando para um quadro de recuperação da economia, o que nos dá esperança de podermos, em futuro breve, tomar decisões que são necessárias, como fazer promoções por mérito tanto na carreira de funcionários quanto na de docentes”, analisou.
O reitor afirmou, ainda, que o Grupo de Trabalho (GT) constituído pelo Consu segue trabalhando com o propósito de apresentar sugestões que contribuam para a Universidade promover um corte de gastos da ordem de R$ 25 milhões por ano a partir de 2018, o que corresponde aproximadamente ao crescimento vegetativo da folha de pagamento, com o objetivo de poder promover os referidos processos de progressão nas carreiras de funcionários e docentes já a partir do ano que vem. O GT é constituído por representantes de estudantes, docentes e funcionários técnico-administrativos.
Durante a reunião, Knobel ressaltou aos integrantes do Consu que, em razão da queda do repasse do ICMS, a Unicamp tem registrado um déficit orçamentário de 15% ao mês. A diferença tem sido complementada pelas reservas estratégicas da Universidade, que estão se aproximando do esgotamento. Além do corte linear de 30% nas gratificações pagas pela Unicamp, a Universidade tem empreendido outros esforços para alcançar o equilíbrio orçamentário, como a renegociação de contratos firmados com fornecedores e prestadores de serviços.