O Centro de Estudos de Petróleo (Cepetro) inaugurou na última quinta-feira (9) um circuito de testes de bombas centrífugas para extração de petróleo. Vinculado ao Grupo de Pesquisa em Elevação e Garantia de Escoamento (Alfa), o equipamento foi construído a partir de uma parceria entre o Cepetro e a Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP), operadora do Bloco BS-4 da Bacia de Santos.
O professor Antonio Carlos Bannwart, diretor da Faculdade de Engenharia Mecânica e um dos responsáveis pelo projeto, ressalta a importância da Unicamp estar envolvida nesse projeto. "O principal papel da universidade é formar recursos humanos altamente qualificados para atender os desafios e superar os problemas nacionais, provendo a sociedade com produtos tecnológicos de qualidade, como é o caso a energia", declarou o professor Antonio Carlos Bannwart, que ainda destacou o ineditismo do equipamento. “É uma parceira universidade-empresa muito significativa para nós. Nunca fizemos um laboratório desse porte numa universidade. Eu conheço vários laboratórios em universidades pelo mundo e não há nenhum desse tamanho”.
O investimento por parte da Queiroz Galvão na construção do laboratório foi de R$ 4.949.341,83, como obrigatoriedade de aplicação em pesquisa e desenvolvimento decorrentes da produção do Campo de Manati na Bacia de Camamu-Almada, no estado da Bahia. O prazo inicial da parceria é de três anos, podendo ser estendido de acordo com o andamento da pesquisa. Após esse período, o circuito de bombas continuará no Cepetro, podendo ser usados em outros projetos de pesquisa na área de óleo e gás. O projeto irá estudar novos métodos que facilitem o desenvolvimento de soluções que ajudarão na elevação artificial de petróleo viscoso, tipo encontrado no campo offshore de Atlanta na Bacia de Santos no estado do Rio de Janeiro, que será operado pela Queiroz Galvão a partir de fevereiro do próximo ano .
Segundo o engenheiro Paulo Sérgio Rocha, gerente de reservatórios da Queiroz Galvão Exploração e Produção, esse projeto em parceria com a Unicamp é uma oportunidade de realizar estudos sobre os métodos de extração de petróleo mais adequados para a região, podendo aprender e avaliar possíveis novos desdobramentos para um aproveitamento melhor do campo. "É importante para nós fomentar projetos que ajudem a dar valor ao nosso portfólio. A exploração de petróleo é desafiante, estamos levando tecnologia ao limite e a Unicamp está ajudando a ampliar a aplicação desses produtos, no caso as bombas centrífugas para elevação de óleo", entende Paulo Sérgio.
Construído junto às dependências do Laboratório Experimental de Petróleo 'Kelsen Valente' (LabPetro), o circuito de testes de bombas contará com o trabalho direto de sete pesquisadores do Cepetro. Além deles, estarão envolvidos também estudantes da graduação, mestrado e doutorado, além de dois técnicos mecânicos e dois estagiários técnicos que cuidam da operação e manutenção dos equipamentos. O equipamento irá operar com óleo cru previamente analisado em laboratório, enviado pela Queiroz Galvão diretamente do Campo de Atlanta, extraído durante a fase pré-operacional do bloco.
O Campo de Atlanta deverá entrar em operação oficialmente em fevereiro de 2018, numa primeira fase com 20 mil barris por dia, podendo chegar a 30 mil barris em médio prazo. A produção plena dos poços da região deve ter início em 2021, dependendo dos resultados obtidos nas pesquisas realizadas na Unicamp sobre novas técnicas produtivas.