Livros digitais abrem novas possibilidades de experiência de leitura, segundo especialista

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Marisa Lajolo fala durante Jornada sobre e-Books da Editoria da Unicamp
Marisa Lajolo fala durante Jornada sobre e-Books da Editora da Unicamp

Os livros digitais não representam, como muitos acreditam, o fim dos livros impressos. Pelo contrário, eles são um novo tipo de suporte que atendem a uma necessidade humana: a comunicação. A opinião é da pesquisadora, ensaísta e autora de livros infantis Marisa Lajolo e foi apresentada durante a palestra “Tinha um e-Book no caminho...”, na abertura da Jornada sobre e-Books, promovida pela Editora da Unicamp, na quarta-feira (29). Leia mais.

O evento, realizado no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, reuniu pesquisadores e editores para discutir as possibilidades de uso dos livros digitais para a divulgação de pesquisas e estudos acadêmicos.

Para Marisa, que é professora colaboradora do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), um dos principais temores em relação às novas tecnologias digitais – a crença de que elas podem ser prejudiciais sobretudo para as crianças e jovens – já existiu em outros tempos e em relação a outras tecnologias, como por exemplo quando a impressão tipográfica foi inventada por Gutenberg no século 15.

Nesse sentido, ela defende que os livros digitais – denominados por ela, em alguns momentos, objetos digitais – abrem novas possibilidades de experiência que envolvem a leitura convencional, mas não se limitam a ela. Este é, porém, um aspecto polêmico que permanece em aberto entre os especialistas no assunto. “Alguns defendem que um livro digital potencializa múltiplas possibilidades de interpretação. Outros pensam o contrário: que essas possibilidades são determinadas pelo programador do livro”, afirma.

Público durante a Jornada sobre e-Books na última quarta (29)
Público durante a Jornada sobre e-Books na última quarta (29)

No entanto, durante a palestra, Marisa mostrou, através de exemplos de diversos livros, novas possibilidades de interação com os livros digitais, tanto para os leitores quanto para os autores, já que a produção de um livro digital é o resultado de uma atuação coletiva, da reunião de diversas expertises. Na opinião da pesquisadora, os e-Books podem se tornar um gênero literário, devido às possibilidades e experiências que possibilitam.

A pesquisadora também defende que, no cenário dos e-Books, os livros infantis destacam-se no potencial para criar possibilidades de interação, inclusive porque são produzidos para uma geração que é nativa digital.

Além de Marisa Lajolo, a jornada incluiu palestras das historiadoras Silvia Lara, Maria Clementina Pereira Cunha e Martha Abreu, e de Jean-Frédéric Pluvinage, proprietário de uma editora especializada em livros digitais.

Silvia é coordenadora da coleção de livros digitais Históri@ Illustrada, da Editora da Unicamp, especializada na divulgação de pesquisas na área de história social da cultura. Maria Clementina e Martha são autoras de dois livros da coleção, respectivamente, Sambas e Sambistas no Rio de Janeiro, de 1890 a 1930 e Da senzala ao palco – Canções escravas e racismo nas Américas, 1870-1930 – este lançado durante o evento.

A professora Márcia Abreu, diretora da Editora Unicamp
A professora e historiadora Silvia Lara
A professora e historiadora Martha Abreu
Jean-Frédéric Pluvinage, proprietário de uma editora especializada em livros digitais

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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004