O funcionário do Museu Exploratório de Ciências da Unicamp Carlos Roberto de Souza Pereira tomou posse como membro do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas, em novembro. O historiador, mestre em educação pela Unicamp, tem como patrono o intelectual campineiro Antonio Ferreira Cesarino Júnior (1906-1992), autor de um repertório de 27 livros, inúmeras teses e 178 trabalhos publicados. “Agradeço a confiança depositada pela Diretoria do Instituto Histórico ao me indicar para sócio titular dessa honrosa instituição. A responsabilidade tornou-se maior, ao ter como patrono o ilustre campineiro Prof. Dr. Antonio Ferreira Cesarino Júnior”, disse Carlos em seu discurso.
Carlão atuou e ajudou na infraestrutura do Laboratório de História Oral (Laho) do Centro de Memória da Unicamp, o CMU, um dos principais acervos especializados na história de Campinas.
Sua trajetória na Universidade teve início em 1982, como patrulheiro mirim, no Gabinete da Reitoria, onde se efetivou como funcionário administrativo e chegou a ocupar cargo de chefia no Expediente. A conclusão do curso de história na PUC-Campinas, o interesse por história oral e a imersão na educação não formal, dado aulas em cursos alternativos e de inclusão, fizeram com fosse convidado pela professora Olga von Simson para compor a equipe do CMU, momento em que ingressou no Laho.
Em 2011, tornou-se mestre pela Faculdade de Educação (FE) com a dissertação “As vozes dos educandos do Projeto Educativo de Integração Social – Peis”.
Na posse, fez questão de resumir a história da família Cesarino, cujo sonho da educação começa com o tropeiro e alforriado Custódio, que no século 10 decidiu fixar residência em Campinas para que seus descendentes recebessem instrução e pudessem ser “alguém na vida”. Custódio não viveu para ver, mas uma sucessão de Antônios trabalhou para isso, abrindo e fechando escola, até que Cesarino Filho realizasse o sonho de toda a família.
De acordo com o livro “Enfrentando Preconceitos”, de Irene Maria Ferreira Barbosa, a trajetória de Antonio Cesarino, situada no campo educacional, logo de cara é marcada pelo desafio de ingressar no colégio campineiro “Culto à Ciência”, que apesar da fama de bom, era seletivo, destinado aos filhos da elite e não tinha nenhuma predisposição para acolher alunos negros. Mais tarde, se torna professor catedrático do colégio. De acordo com Carlos, seu patrono foi o sistematizador do Direito do Trabalho no Brasil, com a publicação dos primeiros livros sobre a matéria: "Direito Social Brasileiro' (1940) e Direito Processual do Trabalho (1942).
A história de Carlão no JU impresso
Participação em vídeos:
Mercado Municipal, a partir de 14:28
Torre do Castelo, a partir de 5:22