Cecilia Costa Guimarães é funcionária da Unicamp, uma das responsáveis pelo cerimonial da reitoria, e seu filho Augusto de 6 anos é uma das 200 crianças que participam neste mês de janeiro do programa Férias no Museu. A postagem de Cecilia reflete o sucesso do programa que acontece desde 2008 no Museu Exploratório de Ciências (MC) da Universidade e nesta edição teve recorde de interessados, com 350 inscritos. Realizado com apoio do Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS) e em parceira com Institutos e Faculdades da Unicamp, o programa apresenta a ciência de forma criativa e divertida para os filhos dos estudantes, funcionários e docentes da Universidade, nas férias de janeiro e julho. O tema desta edição foi a Paleontologia.
“Estamos fazendo as crianças criarem, junto com a gente, o caminho que o pesquisador trilha. Mostramos como o paleontólogo parte de pistas como os fósseis e vai criando o caminho até a reconstrução de esqueletos e deduções de como os animais pré-históricos se comportavam”, explicou André Santanchè, diretor do Museu. Para ele a principal função do programa é a formação das crianças na ciência. “Hoje em dia existe uma lacuna muito grande no que chamamos de literacia científica, isto é, no entendimento de como a ciência funciona. Isso é muito importante para que a sociedade saiba interpretar corretamente a ciência”, afirmou.
Por outro lado, para os pesquisadores, muitas vezes especialistas em assuntos de alta complexidade ou mesmo estudantes em formação, o desafio é falar de ciência para as crianças. Para Joany D´ávila, estudante de graduação do Instituto de Biologia, que desenvolve pesquisa de iniciação científica em paleontologia, a experiência tem sido extremamente positiva. “Trazer o conhecimento que eu aprendi na faculdade, muitas vezes teórico e aprofundado, para as crianças de uma forma mais clara e simples foi um desafio muito legal que eu quis enfrentar. Muitas crianças não fazem contas ainda. É difícil explicar quanto significa 4 bilhões de anos, por exemplo”, contou.
Além de tornar o conhecimento acessível e interessante, os pesquisadores precisam adaptá-lo às diferentes faixas etárias que participam do programa, que inclui desde crianças de 6 anos até adolescentes de 15. Segundo Clara, de 12 anos, filha da professora da Faculdade de Educação Física, Laurita Marconi Schiavon, as atividades tem sido um sucesso. “Eu gostei de saber sobre os fósseis. Foi muito bem explicado, por uma especialista que sabe do assunto”, afirmou. Clara, que há dois anos não perde uma edição do programa, considera que vale a pena aprender durante as férias. “Aqui a gente não só estuda, também se diverte. A gente aprende brincando”, assegurou.