Após um mês de atividades acadêmicas intensas, 134 alunos de 46 escolas públicas da região de Campinas participaram do encerramento do programa Ciência & Arte nas Férias (CAF), na tarde da sexta-feira (2). O evento lotou o salão nobre da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. A edição 14 reuniu 56 projetos (45 projetos individuais e 11 oficinas). Esse programa, que acontece historicamente no mês de janeiro, durante as férias escolares de verão, visa envolvê-los (desde cedo) em atividades práticas onde haja contato com os desafios atuais da ciência, a metodologia do trabalho científico, o ambiente humano dos laboratórios de pesquisa e as diferentes formas de expressão artística.
O pró-reitor de pesquisa da Unicamp, professor Munir Skaf, anfitrião da solenidade, afirmou que esse projeto visa despertar jovens talentos para a pesquisa científica e atividades artísticas. "Essas atividades hoje ocorrem muito por demanda espontânea. Existe inclusive maior oferta nas ciências e nas artes do que podemos financiar e comportar dentro da Universidade”, revelou.
Para Munir Skaf, esse é um projeto fundamental para jovens no ensino médio, neste período de adolescência em que estão descobrindo, almejando e buscando uma universidade para estudar, por estarem já pensando no futuro profissional como adultos. “Logo, a participação desses jovens, sobretudo nesse primeiro contato com a comunidade universitária (pesquisadores, alunos e funcionários), desmistifica um pouco dessa barreira de que a Unicamp é inatingível”, comentou. "É preciso romper com essa cultura. E esse projeto é um dos fatores que contribuem para essa mudança de paradigma.”
O pró-reitor enfatizou que a PRP tem inúmeras atividades que contemplam uma parte mais profissional da pesquisa. Mas também envolve um aspecto importantíssimo que é colocar o público em contato com a pesquisa científica. “É como uma atividade de difusão, de disseminação do conhecimento para uma faixa etária que está apta a receber esse tipo de informação. A Unicamp procura incentivar e dividir com eles essa experiência.”
O monitor Marcos Adriano Vaz, encarregado de discursar, encorajou os alunos a prosseguir na busca do conhecimento. “Levem com vocês tudo o que estão aprendendo. Em 2015, eu estava na mesma posição que vocês, quando decidi que queria ser um cientista. Passei pelo ProFis (Programa de Formação Interdisciplinar Superior) e agora sou aluno da graduação em Medicina da Unicamp. Consegui. Por isso lutem com todas as forças”, convidou.
Projetos
Os também monitores Leonardo Alves e Luciana de Aguiar desenvolveram um projeto junto ao grupo de estudos em robótica da Unicamp. Eles ofereceram uma oficina intitulada “Construindo um robô explorador”, com a orientação do professor do Instituto de Computação (IC) Edson Borin. Eles já oferecem essa oficina a outras escolas da região, entre elas uma no bairro São Martinho e outra no Cursinho Exato da Unicamp (um cursinho popular).
Luciana (aluna da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação) diz que se trata de uma interface para facilitar a programação de um robô que desvia de obstáculos e que é capaz de "explorar" ambientes, o robô explorador. Ele chega a lugares onde o ser humano não pode chegar. Exemplo disso são os robôs enviados a Marte, para diferentes tipos de pesquisa. Os alunos ficaram bastante empolgados, contou ela. A intenção era trazer uma versão simplificada, de forma a poder introduzir conceitos de robótica”, completa Leonardo, aluno do IC. “Um sensor identifica outro. Então fizemos uma batalha de robôs exploradores.”
Depois de se desfazer a mesa de encerramento do CAF, os alunos exibiram um vídeo que produziram durante esse mês e aconteceu uma palestra do titular da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp, o professor e historiador José Alves, na qual abordou as diferentes formas de ingresso na Universidade. A seguir, houve uma sessão de pôsteres produzidos pelos alunos participantes do CAF, promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa.