A mais nova integrante do grupo denominado “filhas da Unicamp”, empresas fundadas principalmente por ex-estudantes da Universidade, acaba de chegar ao mercado prometendo tornar a vida dos universitários mais fácil. A LiveHere, com sede em Barão Geraldo, distrito de Campinas, é uma startup que tem por objetivo simplificar a relação entre estudantes e proprietários de imóveis, sem que os primeiros precisem apresentar fiador ou cheque caução para concretizar uma locação. “Para que o contrato seja efetivado, basta que o locatário ou seus pais façam a comprovação de renda”, afirma o CEO da empresa, Vinícius Freitas, que foi aluno de Engenharia de Computação na Unicamp, mas deixou o curso para fazer Administração no Ensino Superior em Negócios, Direito e Engenharia (Insper).
A maioria das pessoas que trabalham na LiveHere ainda é aluna da Unicamp. Atualmente, a equipe soma 22 componentes. Vinícius conta que a ideia de criar a startup surgiu de uma experiência pessoal. Quando veio de outra cidade para estudar na Universidade, ele não conhecia Campinas e nem tinha local definido para morar. “Tive muita dificuldade para encontrar um imóvel e depois formalizar a locação, principalmente por causa da burocracia. O maior problema é a falta de fiador. Como a maioria dos universitários que mudam de cidade enfrenta esse mesmo problema, enxerguei nessa situação uma oportunidade de empreender”, relata o executivo da empresa.
Depois de estudar o mercado imobiliário e de fazer entrevistas com estudantes para identificar quais eram as suas maiores necessidades, Vinícius e os amigos Lucas Rodolfo e Lucas Souza, respectivamente alunos dos cursos de Ciência de Computação e Engenharia de Computação da Unicamp, partiram para a formatação da LiveHere. Durante o planejamento da empresa, eles buscaram orientação junto a executivos de outras startups, com o propósito de tornar o projeto mais sólido. “Isso nos ajudou muito na estruturação do modelo de negócios e na definição dos nossos objetivos”, afirma Lucas Rodolfo.
Além de descomplicar a relação entre estudantes e proprietários de imóveis, a LiveHere pretende ir além e participar da vida do universitário, como observa Vinícius. Segundo ele, mesmo morando em outros estados, os pais podem participar ativamente das tratativas, visto que o processo de locação é totalmente digital. O procedimento é o seguinte: o interessado entra na plataforma desenvolvida pela startup e analisa as ofertas disponíveis – são cerca de 500 atualmente. Todas são ilustradas com fotos, sendo que algumas imagens podem ser visualizadas em 360º. A busca pode ser refinada com o auxílio de filtros personalizados.
Em seguida, o estudante pode agendar uma visita presencial. Caso o imóvel ou vaga [são locados quartos também] atenda às necessidades do locatário, todo o trâmite restante também é feito digitalmente, como o envio de proposta ao proprietário, o cadastramento dos documentos e até a assinatura do contrato. “Tudo é muito rápido e seguro. Até mesmo a análise da comprovação de renda pode ser feita em cerca de 30 minutos”, assegura Lucas Rodolfo, acrescentando que o procedimento é acompanhado pelo setor jurídico da empresa.
A LiveHere, de acordo com seus representantes, também oferece benefícios extras aos universitários. “Nós criamos um clube de vantagens, por meio do qual o estudante pode fazer compras ou contratar serviços com descontos em restaurantes, livrarias, escolas de idiomas etc”, informa Vinícius. Inicialmente, a startup vai atuar somente na região de Campinas, que concentra um público formado por cerca de 63 mil universitários. “Nosso foco inicial é a região. Esperamos atender cerca de 2 mil estudantes já no primeiro ano de operação. Com o tempo, planejamos expandir para outras grandes cidades universitárias ainda no ano de 2018, aumentando nosso público alvo para mais de 150.000 universitários”, estima o CEO da LiveHere.
No exterior, apontam os fundadores da startup, o mercado de student housing (moradias estudantis) movimenta bilhões por ano. Somente no Reino Unido, o setor fez girar aproximadamente R$16 bilhões em 2016. “Grandes empresas já começaram a investir no setor aqui no Brasil e prometem investir mais de R$500 milhões nos próximos anos”, contextualiza Lucas Rodolfo.