Instituto CPFL exibe documentário sobre líder espiritual de Campinas, dirigido por professor do IA

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The Rainbow House Woman - Trailer from Laboratório Cisco on Vimeo.

Ocorre neste sábado (24), às 19 horas, no Instituto CPFL, em Campinas, o pré-lançamento nacional do curta-metragem “A Mulher da Casa do Arco-Íris”, dirigido por Gilberto Alexandre Sobrinho e codirigido por Grácia Navarro, ambos professores do Instituto de Artes da Unicamp. A exibição integra a programação do 14º Feverestival – Festival Internacional de Teatro de Campinas , que se encerra neste domingo (25).

Último documentário da chamada “trilogia negra”  de Sobrinho, “A Mulher da Casa do Arco-Íris” já pré-estreou no exterior. Foi em novembro do ano passado, quando o curta participou da mostra competitiva do Festival Internacional de Cinema de Leeds. Na ocasião, o filme foi exibido no centenário Hyde Park Picture House, sala de cinema de 1914 tida como a mais antiga da Inglaterra ainda em atividade.

Assim como “Diário de Exus”, de 2014, e “A Dança da Amizade. Histórias de Urucungos, Puítas e Quijengues”, de 2016, “A Mulher da Casa do Arco-Íris”, destaca aspectos do passado e do presente do negro na região de Campinas que vão além daqueles comumente relacionados à questão da escravidão.

O fio condutor deste terceiro documentário, produzido pelo Laboratório Cisco com recursos do Prêmio Estímulo ao Curta-Metragem da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, é a biografia de Mãe Dango, líder espiritual e comunitária que comanda um terreiro do Candomblé Angola – chamado Casa do Arco-Íris – na cidade de Hortolândia. Mãe Dango é também uma das idealizadoras da lavagem anual da escadaria da Catedral Metropolitana de Campinas, cerimônia que organiza e coordena há mais de 30 anos em parceria com Mãe Corajacy.

Gilberto Sobrinho aparece em primeiro plano nesta foto. Ele sorri. Atrás com fundo desfocado há um casarão no estilo colonial e várias pessoas em uma celebração popular
O docente e documentarista Gilberto Sobrinho, autor da trilogia negra de Campinas

Sobrinho conta que não teve a intenção de explicar o que é o candomblé, embora ele mesmo acredite que ainda há, inclusive no Brasil, muito desconhecimento e preconceito em relação à religião. “Queria contar essa história [de Mãe Dango] de uma maneira muito poética”, diz. Segundo o diretor, a sessão de perguntas que se seguiu à exibição do documentário em Leeds mostrou que o público do festival compreendeu o propósito do filme. “O filme se autoexplicou e gerou um debate sobre várias questões.”

Em Campinas, o pré-lançamento de “A Mulher da Casa do Arco-Íris” também será sucedido por uma roda de conversa – desta vez, com a participação do diretor e da personagem central do documentário. Mais cedo, serão exibidos outros dois curtas do Laboratório Cisco em comemoração aos 15 anos da produtora, formada por alunos e ex-alunos da Unicamp: "Saudade, Vídeo-Cartas para Cuba", de Coraci Ruiz e Julio Matos, lançado em 2005; e "Acontecências", de Hidalgo Romero e Alice Vilella, lançado em 2009.

Além dos dois primeiros documentários da “trilogia negra”, Sobrinho dirigiu o curta-metragem “Um Pouco de Tudo, Talvez”, lançado em 2017 e também exibido, de forma não competitiva, no último Festival de Leeds. (veja matéria)

 

Cartaz do convite do pré-lançamento do filme "A Mulher da Casa do Arco-iris". O cartaz é azul claro e tem uma ilustração da personagem do filme

 

Imagem de capa
Líder espiritual, 'Mãe Dango' em cena do filme dirigido por Gilberto Sobrinho

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