O reitor Marcelo Knobel recebeu dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) para discutir a pauta de reivindicações da categoria, em reunião realizada na manhã desta segunda-feira (26) e transmitida diretamente pela Câmera Web da Reitoria. A principal reivindicação do STU é que o aumento de 3,5% no teto constitucional do Estado de São Paulo, aprovado pela Assembleia Legislativa (Alesp), seja estendido a todos os trabalhadores da Universidade.
Sobre os 3,5% a mais no teto, o reitor ressaltou que não se trata de aumento salarial, mas de uma redução no corte imposto pelo teto constitucional. O teto salarial nas universidades públicas paulistas corresponde ao valor do subsídio concedido ao governador, diferentemente do que ocorre nas universidades federais, que seguem o subsídio de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). “O que temos são centenas de servidores que tiveram a carreira cortada por um teto constitucional arbitrário”, disse. “Cada pessoa que dedicou 30, 40 anos à Universidade, tem um redutor no salário e, no momento em que esse teto é aumentado ou diminuído, o salário é adaptado”, completou.
Apresentando índices de crescimento da arrecadação do ICMS no segundo semestre de 2017 e nos dois primeiros meses deste ano, bem como de redução do peso da folha de pagamentos no orçamento, o STU também pediu a criação e aplicação de um fundo salarial, ao qual seriam destinados 25% do crescimento nominal da arrecadação, mês a mês, o que totalizaria atualmente cerca de R$ 18 milhões, quando comparado ao pior ano da crise, que foi 2016.
Marcelo Knobel procurou ponderar que, apesar da boa notícia trazida pelos números mostrando uma melhora na economia e na arrecadação do ICMS, a situação da Unicamp permanece crítica. “Os gastos não se resumem à folha, se ela atingir 90%, 93%, não significa que tem dinheiro. A Universidade ainda gasta mais do que recebe, todos os meses. Temos o custeio a ser considerado. O aumento de arrecadação é interessante para o momento, porém, o que acontece se ela eventualmente cair? Melhoramos de situação, fizemos uma série de medidas de contenção de gastos e estamos indo no caminho do equilíbrio, mas ainda estamos bastante distantes disso.”
O reitor afirmou que a reserva financeira da Unicamp, que chegou a ser de R$ 1,4 bilhão e havia caído a R$ 715 milhões quando esta gestão assumiu, hoje está em R$ 550 milhões. “Isso quer dizer que estamos consumindo a reserva, tanto para folha como para custeio. Primeiro é preciso que esse gasto diminua e depois fique estável, a fim de promovermos uma recuperação salarial com o pé no chão." Ainda no encontro desta segunda-feira, foi agendada uma reunião técnica com o STU para esclarecimento dos dados orçamentários, que deve ocorrer na próxima semana.