Fúlvia Gonçalves é pintora, desenhista, gravadora, professora. Também é muralista (como bem lembrou na reportagem de TV que acompanha este texto), a exemplo do “Projeto Mater”, conhecidos painéis expostos no Caism (Hospital da Mulher José Aristodemo Pinotti). Aposentada da Unicamp desde 1989, segue trabalhando em seu próprio ateliê, montado em um dos quartos do apartamento onde reside em Campinas. O resultado mais recente de seus inúmeros projetos é exposição “Humanidades II”, na Galeria de Arte do Espaço Cultural Casa do Lago (Preac) da Unicamp, que pode ser visitada até 28 de março. São dezenas de telas que retratam uma poética expressionista figurativa, conforma define a própria artista. Na abertura do evento, na manhã desta terça, dia 6, o momento foi de reencontro de colegas, ex-alunos e admiradores. A exposição tem curadoria de Vera Semaniuc e foi organizada pela funcionária da Unicamp, Denise Tukaça.
Os traços começaram a aparecer nas folhas de papel e nas da rua quando a artista tinha apenas quatro anos de idade. Mais ou menos nessa época, fez sua primeira instalação em Poços de Caldas (MG). A “brincadeira” ficou séria e virou profissão. Fez comunicação visual na Escola de Artes Plásticas, em Ribeirão Preto, entre 1960 e 1968, onde passou por diversos ateliês. Atuou como professora da Universidade de Ribeirão Preto e trabalhou com cinema de animação, participando do Festival Cinema de Animação, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), em 1962. Em 1976, chegou à Unicamp para propor um curso de arte na universidade que tinha apenas dez anos de existência.
Artista foi uma das fundadoras do Departamento de Artes Plásticas da Unicamp
O processo de criação e total institucionalização da graduação e da pós-graduação em artes plásticas da Unicamp começou após chegada de Fúlvia, a convite do professor Rogério Cesar de Cerqueira Leite, durante a gestão do reitor Zeferino Vaz. Em meados na década de 80, chegaram mais artistas como Suely Pinotti, Berenice Toledo e Marco do Valle. “Juntos, criarmos o Departamento de Artes Plásticas (DAP) do Instituto de Artes, e depois o curso de Educação Artística com habilitação em Artes Plásticas”, lembra Fúlvia. Neste período, seu currículo conta com diversas exposições internacionais, projetos de extensão, coordenação de curso, orientação de teses, montagem de murais e ilustrações de livros. Parte da coleção de Fúlvia está no Centro de Memória da Unicamp (CMU). São desenhos originais, feitos com bico de pena, feitos para o livro “Testemunhos do Passado Campineiro”, do jornalista Benedito Barbosa Pupo.
Saiba mais sobre Fúlvia Gonçalves:
“Memória Científica”, produzido pela TV Unicamp, em 2014
Site pessoal: http://www.fulviagoncalves.art.br/