“Nosso grande desafio é realmente fazer ciência de ponta, de mais impacto e com publicações mais relevantes. Menos do mesmo e mais de coisas inovadoras e internacionalmente competitivas”, concluiu o coordenador do Instituto Brasileiro de Neurociências e Neurotecnologia (Brainn), Fernando Cendes, em entrevista após a mesa redonda “BRAIN(N): passado, presente e futuro”. O Instituto, sediado na Unicamp, é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP, e investiga os mecanismos básicos da epilepsia, do acidente vascular cerebral (AVC) e de lesões associadas, com pesquisas nas áreas de genética, neurobiologia, farmacologia, neuroimagem, ciência da computação, robótica, física e engenharia.
A mesa, fez parte da programação do 5º Congresso Brainn, foi composta pelo diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz; pelo chefe do Laboratório de Neuroplasticidade do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Lent; pelo diretor do Centro de Neuroimagem Funcional da Universidade da Pensilvânia (EUA), John A. Detre; e pelo professor da Universidade de Calgary (Canadá), Richard Frayne, e coordenada por Cendes. O debate, que aconteceu na tarde desta terça-feira (10), no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.
“Muitas vezes, pensamos que as dificuldades que enfrentamos são somente nossas e é interessante saber que muitas delas são globais”, destacou Cendes. Para ele, um balanço como o realizado pela mesa, incluindo pontos de vista de outros países, é fundamental para evidenciar também as vantagens da realidade enfrentada pelo Instituto. “Nossa produção científica já é muito boa para padrões nacionais e até internacionais, em alguns aspectos. Mas ainda precisamos quebrar a barreira da internacionalização. Temos que trabalhar para superar nossas desvantagens e avançar nesse campo, que é muito competitivo”, afirmou.
O diretor científico da Fapesp, enfatizou a importância da qualificação das pessoas para o desenvolvimento de pesquisa de ponta. “O Centro tem uma equipe excepcionalmente bem qualificada. Portanto, as expectativas são grandes”, pontou. Segundo ele, o Instituto deve usufruir mais dos programas oferecidos pela Fapesp para trazer os melhores pesquisadores de dentro e fora do país para compor seus quadros, sejam jovens pesquisadores, pós-docs ou pesquisadores experientes, pelo sistema São Paulo Excellence Chair (SPEC).
Para Brito, é fundamental elevar continuamente os standards da pesquisa, em termos de excelência e potencial impacto. Por último, apontou para o desenvolvimento de mais colaboração em pesquisa, seja internacional, seja com outros estados brasileiros, como peça chave para o avanço do Instituto.
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