“Precisamos ouvir mais as mulheres emergentes periféricas”, diz Jéssica Balbino, no EDICC

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A jornalista e mestre em Divulgação Científica pelo Labjor. Jéssica Balbino

Em mesa-redonda realizada nesta quarta-feira, no 5º Encontro de Divulgação de Ciência Cultura (EDICC), Jéssica Balbino, jornalista e mestre em Divulgação Científica pelo Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor), disse que as vozes que precisam ser ouvidas são de mulheres emergentes periféricas. “Essas vozes existem e nem sempre são escutadas. Curiosamente, hoje mesmo, vi um post em uma rede social, que falava sobre o trabalho social que era desenvolvido pela sambista Ivone Lara (in memoriam). Poucos sabiam disso”, contou. Outra voz que precisa ser ouvida por toda a sociedade, segundo a jornalista, é a de Marielle Franco, vereadora que desenvolvia um trabalho social em sua comunidade e que, infelizmente, foi assassinada.

A mesa, que teve como tema “Divulgação Cultural – vozes e histórias que resistem e transbordam”, aconteceu no auditório da Diretoria Geral da Administração (DGA) e também esteve composta por Bianca Santana, jornalista e mestre em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), e Monique Rocco, fundadora do Núcleo Criadoras Negras (RS) e integrante do coletivo Mulheres de Pedra.  

O EDICC é organizado por alunos de Pós-graduação do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e está sendo transmitido ao vivo pela TV Unicamp [Assista]

Foi inspirada em histórias periféricas que Balbino criou, em 2014, o Blog Margens. “Nele, entrevistamos mulheres e disseminamos o que elas pensam e dizem , explicou Balbino fazendo uma menção às mídias independentes que, de acordo com ela, ajudaram a cultura da periferia a conquistar uma projeção melhor na atualidade.

Balbino, que já se aventurou pelo mundo do Hip Hop, é uma apaixonada pela disseminação cultural. Ela disse estar muito otimista com o futuro, principalmente quando o assunto é inclusão. ”Creio que o nosso trabalho ajudou a introduzir pessoas periféricas, negras e até indígenas, em universidades. Cara, isso é um avanço! Uma mudança muito legal”.

Sobre o EDICC na Unicamp, ela foi enfática: “Aqui a cultura pulsa muito viva e vem de todas as áreas. É com esse tipo de evento que conseguimos aproximar academia e  sociedade”.

Beatriz Guimarães de Carvalho: mais de 85 trabalhos selecionados

Beatriz Guimarães de Carvalho é aluna de mestrado em Divulgação Científica pelo Labjor e uma das organizadoras do evento. Ela informou que para a 5ª edição do EDICC foram selecionados 85 trabalhos (comunicações e relatos orais), além da realização de oficinas, mesas-redondas, conferências e a participação de mais de 200 ouvintes.

O último dia do evento (26) será dedicado ao Seminário "Projor - Vigilância midiática e desenvolvimento do Jornalismo", que discutirá as resistências e transbordamentos vivenciados na trajetória do Projor - Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo, entidade voltada à reflexão e ao aprimoramento da prática jornalística e da imprensa livre, conhecida, principalmente, pela criação do Observatório da Imprensa.

A programação completa pode ser acessada no site
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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004