O campus de Barão Geraldo amanheceu lotado de jovens de diferentes cidades na abertura da 14ª edição do Unicamp de Portas Abertas (UPA). Apesar da chuva que começou na região de Campinas, milhares de estudantes foram chegando em grupos, por meio de ônibus fretados ou por conta própria, acompanhados de seus professores, colegas ou familiares.
Presente na abertura da UPA, o reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, destaca a importância do evento para o conjunto da comunidade. “Nossa intenção é abrir a Unicamp para a sociedade, mostrando o que a gente faz e identificar bons estudantes. Temos muitos colegas que entraram pela primeira na Unicamp por meio da UPA, uma atividade fundamental para mostrar para a sociedade a força da universidade pública".
Os estudantes são recepcionados no bolsão localizado atrás da Biblioteca central, e, em seguida já recebem as orientações de monitores voluntários e funcionários da universidade. A partir daí chegam às faculdades e institutos, onde estarão ocorrendo atividades. As linhas de ônibus circulares que levam os estudantes para as unidades estiveram concorridas. Muitos jovens preferiram, entretanto, caminhar pelo campus junto com os monitores pelas rotas já estabelecidas.
Em grande parte das vezes a UPA é a primeira oportunidade em que vários jovens têm um maior contato com os cursos oferecidos pela Unicamp. Esse é o caso da estudante Ângela Helena Carneiro Neves, que veio visitar a Unicamp junto com a comitiva do cursinho comunitário Liberte-se de Campinas. "A UPA é importante para conversarmos com as pessoas dos cursos, vermos por dentro e termos uma ideia do que irei prestar", diz Ângela, moradora do centro de Campinas e aluna do terceiro ano do ensino médio da Escola Estadual Francisco Glicério.
Seus colegas de cursinho vieram acompanhados dos professores, muitos dos quais ex-alunos da Unicamp e que incentivam a participação no evento. É o caso de Matheus Henrique Hilário dos Santos Fagundes, professor do cursinho Liberte-se e que estudou ciências sociais na universidade. "A UPA é importante para trazer os estudantes que geralmente não tem a oportunidade de conhecer a universidade. Acaba sendo um incentivo para eles se motivarem. E é uma forma de poderem pisar pela primeira vez na universidade".
Outra professora que acompanhou seus alunos foi Patricia Amorim da Silva, da Fundação Bradesco de Osasco. Ex-aluna do comunitário Cursinho da Poli, ela também teve a oportunidade de conhecer universidades públicas por meio de eventos como a UPA antes de ser aprovada em vestibular. "Todos os anos tentamos trazer os alunos para a vivência universitária, e a Unicamp tem uma estrutura de acolhida com os monitores, que orientam o aluno para conhecer o curso. As palestras e as aulas são bem interessantes para eles".
Entre os alunos da Fundação Bradesco estava Natália Amorim Pereira, do terceiro ano do ensino médio, que se interessas pelos cursos de humanas e artes. “Eu me interesso pelo curso de música, mas também quero ver outros cursos mais ligados à linguagem”, dia Natália, que já conhecia um pouco a Unicamp por causa de seu irmão, estudante do curso de ciências biológicas.
Mas não apenas estudantes terceiranistas aproveitam a UPA, como é o caso de Mateus Oliveira da Mata, que cursa o segundo ano do ensino médio integrado ao técnico de informática na Escola Técnica Estadual de Lins. Em sua primeira vez que visita a Unicamp, acompanhado de colegas da ETEC, Mateus tem interesse em prestar direito em outras universidades, mas quer conhecer melhor as opções oferecidas na Unicamp. "Eu acho muito legal essa iniciativa da Unicamp, pois é uma oportunidade de conhecermos outros cursos que não imaginávamos".
Outro estudante do ensino técnico presente na UPA foi Mateus de Moraes, aluno do ensino médio no Sesi 409 de Jundiaí e de eletromecânica no Senai Alfried Krupp, de Campo Limpo Paulista. “Quando não temos uma visão do que queremos, aqui é uma oportunidade de conhecer os cursos e ver se realmente é aquilo que queremos”, diz Mateus, que entrou pela primeira vez na Unicamp.
Entre o pessoal que está trabalhando na organização também existem ex-visitantes da UPA, como é o caso de Aline Dias Nunes, que está orientando a fila para os ônibus que vão para as faculdades e institutos. Aline ingressou em estatística, no Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc) em 2013 e visitou a UPA em 2011 e 2012, junto com seus colegas do cursinho Anglo de Guarulhos. “Eu já tinha ideia do que prestar, mas ter vindo na UPA ajudou ao conversar com o pessoal que já cursava a Unicamp, e fez com que eu tivesse uma noção melhor do curso”, conta Aline. Agora resolveu voltar à UPA como monitora. “Da mesma forma que contribuiu demais para eu ter vindo à UPA, eu quero poder ajudar e passar um pouco do meu conhecimento para eles”.
O evento Unicamp de Portas Abertas (UPA) atrai estudantes não apenas de São Paulo, como é o caso de Elisa Saron, que veio da cidade de Ouro Fino, Minas Gerais. Pela primeira vez na Unicamp, Elisa acha que o evento é uma oportunidade de tirar dúvidas e ajudar a escolher o que irá prestar o vestibular. “Eu estava em dúvida sobre várias profissões, mas agora conhecendo mais sobre o curso de economia eu tenho certeza que é a opção que irei prestar”.
A coordenadora geral da Unicamp, professora Teresa Atvars, avalia como positiva as novidades que estão sendo implementadas a partir deste ano na UPA. “Nós criamos, além do dia de hoje com a universidade de portas abertas, a UPA o ano inteiro. Com uma programação onde as escolas podem se inscrever e visitar fora desse dia, mas também levando gente da Unicamp para as escolas”, explica Teresa, que destaca a mudança de data para o primeiro semestre. "Isso dá tempo para os estudantes tomarem nos próximos meses uma melhor decisão a profissão e os cursos que querem seguir, criando um espaço de tempo maior entre a UPA e a inscrição ao vestibular".