Alunas de medicina produzem vídeos sobre alimentação saudável

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Dois projetos de iniciação científica em medicina, desenvolvidos no Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC) – Cepid Fapesp, culminaram na produção de vídeos de divulgação sobre alimentação saudável dentro do ambiente universitário. A produção, com estilo “Draw my Life”, é das alunas Ana Paula da Silva Rios e Karla Morais Nogueira, orientadas pelo professor Lício Velloso. Ambos os vídeos, que contaram com apoio de Beliza Ventura e Natália Mendes, também estudantes de medicina, e da equipe audiovisual da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), estão disponíveis no canal da TV Unicamp no Youtube. “Apesar do acesso à informação na Unicamp, percebemos que houve aumento no número de estudantes obesos nos últimos anos, embora ainda não tenhamos estatísticas precisas. Isso reflete uma questão mundial: o descuido com o peso em uma faixa etária cada vez mais jovem”, explica o orientador das pesquisas.

Em uma das produções audiovisuais, o foco foi a alimentação dos próprios alunos. Foram entrevistados 302 discentes de vários cursos em novembro de 2017. Além de hábitos, eles responderam um breve questionário sobre conhecimentos a respeito do Guia Alimentar para a População Brasileira, documento oficial de diretrizes para a escolha de uma alimentação adequada. “Observamos, por exemplo, que a maioria dos entrevistados consome muito mais açúcar do que frutas e em torno de cinco vezes por semana”, alerta Ana Paula. Eles pontuaram em primeiro lugar a falta de tempo para se alimentar de forma saudável, unida à facilidade de encontrar produtos processados. “Problemas financeiros, ausência de opções e não saber fazer escolhas também foram citados pelos alunos”, afirma a pesquisadora. Após o levantamento, foram produzidos mil flyers informativos e um vídeo voltado para os estudantes da Universidade, com o intuito de incentivá-los a mudar seu comportamento em benefício da saúde.

Veja o vídeo:


Dentro do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, Karla Nogueira conversou com 159 profissionais de saúde – enfermeiros, médicos, fonoaudiólogos, técnico de enfermagem – sobre o mesmo tema. Ela destaca alguns números preocupantes: “Metade dos entrevistados consome só uma fruta por dia, 31% ingere doces cinco ou mais vezes na semana e 40% relataram não fazer nenhuma atividade física”, pontua a estudante. Além disso, mesmo sendo da área de saúde, 75% dos profissionais afirmaram desconhecimento sobre o Guia Alimentar. “Estresse e jornada de trabalho são as causas apontadas pela maioria na adoção de refeições inadequadas”, analisa Karla. O vídeo, produzido pela aluna, dissemina conhecimento sobre nutrição e mudanças de comportamento. Na próxima semana, ambas as estudantes iniciam a fase final da pesquisa de iniciação científica: o impacto das informações difundidas pelo OCRC entre os alunos e profissionais.

Veja o vídeo:

 

Formando por 14 grupos de pesquisa interdisciplinares, o OCRC busca e desenvolve metodologias de combate à obesidade, epidemia que atualmente atinge 600 milhões de pessoas em todo o mundo e, no Brasil, 20 milhões. “Para 2025, a projeção é que esse número dobre em nosso país, o que aumentará índices de mortalidade, sofrimento e custo social”, avalia o professor Lício. As investigações também incluem comorbidades, isto é, doenças associadas à gordura corporal, como diabetes, aterosclerose, hipertensão, alterações musculares e esqueléticas e alguns tipos de câncer. 

Acesse, na íntegra, o Guia Alimentar para a População Brasileira.

 

 

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Ilustração capturada dos vídeos produzidos pelas alunas | Imagem: Reprodução

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