Representantes da Administração Central e do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) estiveram reunidos na manhã desta segunda-feira (11) para discutir os itens da pauta de reivindicação específica formulada pelo STU. O documento é composto por cinco pontos: reajuste do auxílio-alimentação (30,7%) com a extensão do benefício a aposentados e pensionistas; concessão de vale-refeição no mesmo valor do da USP (R$ 600); realização de concurso público para ampliação do quadro permanente de servidores técnico-administrativos; implementação da carreira para os funcionários; e redução do valor do transporte fretado com vistas à gratuidade. Ao final do encontro, foi marcada uma segunda reunião para o próxima quinta-feira (14), às 14h, oportunidade em que a Universidade dará uma resposta ao pedido de reajuste do auxílio-alimentação, tema apontado pelo próprio Sindicato como prioridade absoluta da pauta.
Participaram da reunião pela Unicamp a pró-reitora de Desenvolvimento Universitário, Marisa Beppu; o chefe de gabinete, Joaquim Murray Bustorff Silva; a chefe de gabinete adjunta, Shirlei Maria Recco Pimentel; e o coordenador da Assessoria de Economia e Planejamento (Aeplan), Thiago Baldini da Silva. Durante o encontro, os representantes da Administração Central ouviram as considerações dos sindicalistas, que esperavam por contrapropostas imediatas.
Tanto Marisa Beppu quanto Joaquim Bustorff Silva explicaram que não seria possível apresentar números já numa primeira rodada de negociações porque todas as reivindicações implicam em aumento de despesas da instituição, que enfrenta uma série crise orçamentária. Os dirigentes ponderaram que a Administração precisaria de tempo para analisar com cuidado cada item e seus respectivos impactos sobre as despesas da Unicamp.
Somente o reajuste de 30,7% no auxílio-alimentação com a consequente extensão do benefício para aposentados e pensionistas, segundo cálculo preliminar, acarretaria em uma ampliação de cerca de R$ 95 milhões ao ano nos dispêndios da Universidade, que apresenta atualmente um déficit orçamentário da ordem de R$ 239 milhões. O percentual reivindicado, conforme os dirigentes sindicais, equivale às perdas acumuladas pelos trabalhadores desde 2014, com base no Índice de Custo de Vida (ICV) calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Diante da argumentação dos representantes da Administração Central, os membros do STU concordaram com o agendamento de uma nova reunião, na qual a Unicamp apresentará a sua posição quanto ao pedido de reajuste do auxílio-alimentação, considerado pelos próprios sindicalistas como o item mais importante da pauta. As duas partes acordaram que darão prosseguimento às negociações em torno dos outros quatro pontos, em rodadas posteriores. “As discussões estão sendo qualificadas e temos toda a disposição de tratar das reivindicações apresentadas pelo sindicato com total transparência”, afirmou Joaquim Bustorff Silva.