Quem é o espantalho para você? Ele pode se fantasiar de homem, ter a cabeça de alho, ser a sofisticação de quem você é, ou ser um mentiroso engravatado? A espantalha pode ter nome próprio, Carla, e ter um namorado. Afinal, como desenhar ou esculpir seu espantalho? Artistas do Coletivo Olho Latino encontraram as respostas ao criar as obras exibidas na exposição “O Espantalho que não mente”. Até dia 21, parte da mostra pode ser visitada na Galeria do Espaço Cultural Casa do Lago da Unicamp, de segunda a sexta-feira, das 9 às 21 horas. Quinta-feira, alguns artistas se encontraram com o público para falar sobre o processo criativo e a proposta da mostra, que reúne obras de Alex Roch, Bruno Nitz, Celina Carvalho, Cibele Marion Sisti, Lari Leite, Maricel Fermoselli, Paulo Cheida Sans, Suely Arnaldo e Tiago Rego.
A artista e professora Cibele Morion Sisti respondeu ao desafio com a criação de Carla e Francisco, bonecos esculpidos com recursos naturais, principalmente galhos de árvore secos. “Este grupo faz despertar toda nossa imaginação e criatividade através de muitos materiais que a gente utiliza. Eu trabalho representando sempre a natureza. Foi mais fácil pensar em espantalhos trazendo elementos da natureza. Sempre convivi com a natureza desde a infância, formato de folhas, as cores, as árvores não serem iguais umas às outras. Representam vida, algo que nasce, cresce, passam as estações ela vai se modificando então, para mim, representa muito nós, como seres humanos.”
Curador da exposição, o artista e professor de artes plásticas da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Puccamp), Paulo Cheida Sans escolheu a sátira política para criar seus espantalhos. A gravura selecionada para a Casa do Lago foi impressa e distribuída no Peru depois de sua obra ter sido tema de trabalho de conclusão de curso na PUC-Lima. “Desde a década de 1980, este trabalho tem ressonância no Brasil e em alguns países de fora. É um tipo de sátira. Exemplifica bem a questão do poder. O carro, o comandante político comendo banana, passarinhos ingenuamente voando, terra das gravatas, dos mentirosos.”
O raio X não mente, mas... e o espantalho? Bruno Nitz brinca com raio X como se pudesse ver a pessoa da verdade e usa o cérebro para representar a busca pelo conhecimento. “Estas gravuras estão sempre criadas às esculturas que estou criando.” A produção profissional, segundo Nitz, começou na faculdade e foi aprimorada durante estágio na PUC-Lima e na atuação no Olho Latino.
O coletivo nasceu da ideia de montar o Museu Olho Latino, criado há 20 anos em Atibaia, Estado de São Paulo, por Sans e sua esposa, a artista Celina Carvalho. O museu já realizou exposições com grupos nacionais e internacionais, em várias regiões do Brasil e no exterior, principalmente América Latina. “Sou um professor de arte tentando fazer um museu que consiga ter subsistência e estar sempre aberto ao público. Estou entre alunos que na verdade já são artistas, amigos de trabalho.”
Exposição O Espantalho que não mente – Gravuras e Esculturas do Coletivo Olho Latino
Curadoria: Paulo Cheida Sans.
Expositores: Alex Roch, Bruno NITZ, Celina Carvalho, Cibele Marion Sisti, Lari Leite, Maricel Fermoselli, Paulo Cheida Sans, Suely Arnaldo e Tiago Rego.
Visitação: de 29 de maio a 21 de junho de 2018.
de segunda a sexta-feira, das 9h às 21h.
Local: Galeria do Espaço Cultural Casa do Lago.
Endereço: Avenida Érico Veríssimo, 1011 – Unicamp – Campinas, SP.
Entrada Gratuita.
Contatos:
Paulo Cheida Sans
fone: 19 988403676
e-mail: paulocheida@gmail.com
Museu Olho Latino
Fone: (11) 4412-3287
e-mail: museu@olholatino.com.br
Museu Olho Latino / Coletivo Olho Latino: