Representantes da Administração Central, do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) e dos funcionários da área da saúde participaram na tarde desta segunda-feira (18) da segunda reunião para tratar de questões relacionadas ao funcionamento das unidades de saúde da Universidade, afetadas pela greve dos servidores. Na oportunidade, o chefe de gabinete da Reitoria, Joaquim Murray Bustorff Silva, e a chefe de gabinete adjunta, Shirlei Maria Recco Pimentel, responderam às questões e pedidos feitos pelos trabalhadores.
Uma das reivindicações apresentadas pelos trabalhadores foi a não anotação no cartão de ponto de falta integral justificada, com o consequente desconto financeiro, daqueles que aderiram à greve. A justificativa é de que o procedimento funcionaria como um método de constrangimento aos funcionários. Joaquim Bustorff Silva explicou que a medida é um ato exclusivamente administrativo, sem qualquer conotação política. “Nós, como gestores públicos, não podemos deixar de adotar essa prática, sob pena de sermos acusados de prevaricação. Nós temos que seguir o que a legislação determina”, esclareceu.
De acordo com o chefe de gabinete, a questão sobre o desconto ou a compensação dos dias parados certamente serão objeto de negociação ao final da greve. Os trabalhadores também reforçaram o pedido de contratação de novos funcionários e a melhoria das condições de trabalho na área da saúde. Esses pontos, informou Joaquim Bustorff Silva, serão discutidos em detalhes em nova reunião, que contará com a participação da coordenadora-geral da Universidade, Teresa Atvars.
O chefe de gabinete adiantou, porém, que a Administração Central está atenta às necessidades da área da saúde, e que tem feito esforços para suprir as suas necessidades, mesmo com as dificuldades impostas pelo déficit orçamentário. Ele citou como exemplo o empenho para repor o quadro de pessoal. “Acabamos de autorizar a contratação, via concurso público, de 13 enfermeiros e 15 técnicos de enfermagem para o Hospital de Clínicas e de seis enfermeiros e três técnicos de enfermagem para o Caism”, relacionou.
Por determinação do juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas, Mauro Iuji Fukumoto, o STU deve garantir um mínimo de 70% de trabalhadores em atividade na área da saúde durante a greve, de modo a garantir o atendimento da população, especialmente os casos de urgência e emergência. A medida refere-se exclusivamente aos servidores da Unicamp, dado que os funcionários da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp) que atuam na área da saúde não estão em greve.
O juiz arbitrou uma multa de R$ 10 mil por dia ao STU, caso haja o descumprimento da determinação. Fukumoto estabeleceu, ainda, multa de R$ 5 mil por evento, caso o sindicato promova algum tipo de manifestação que impeça fisicamente a entrada e saída dos prédios do campus de Barão Geraldo.
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