A Administração Central da Unicamp recebeu nesta segunda-feira (25) representantes da Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp) e do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) para negociar a pauta de reivindicação específica de cada categoria. Em um esforço para avançar na proposta já apresentada, de reajuste salarial de 1,5% e de aumento de R$ 850 para R$ 950 no valor do auxílio alimentação, a atual gestão da Universidade propôs que 10% do excedente (sobre o previsto na PDO) da arrecadação do ICMS em 2018, descontados o reajuste de 1,5% e o aumento no auxílio alimentação, sejam destinados às carreiras (docentes, incluindo as carreiras especiais, funcionários e pesquisadores) de modo anualizado a partir da segunda revisão orçamentária.
O primeiro encontro foi entre a Administração Central e os diretores da Adunicamp, que apresentaram uma pauta contendo quatro itens: reajuste do auxílio alimentação para R$ 1,1 mil; criação de um Grupo de Trabalho (GT) para acompanhar a evolução orçamentária da Unicamp; destravamento dos programas de progressão na carreira e de contratação de professores; e desenvolvimento de uma ação conjunta entre a Administração Superior e a Adunicamp em defesa da universidade pública, a Unicamp em particular.
Além da proposta de destinação de 10% do excedente da arrecadação do ICMS para a aplicação no plano de carreira, a Administração Central reiterou o reajuste salarial de 1,5%, com reunião técnica de acompanhamento da arrecadação já agendada entre o Fórum das Seis e o Cruesp para o dia 23 de julho, conforme acordo da pauta geral. O reitor Marcelo Knobel sugeriu a implantação de um GT local para acompanhamento da evolução do orçamento seguindo os termos do item 3 do comunicado Cruesp do último mês de março. A primeira reunião foi agendada para dia o dia 24 de julho próximo.
O reitor também reafirmou a oferta de aumento de R$ 100,00 no valor do auxílio alimentação, que passará de R$ 850,00 para R$ 950,00, a partir de 1° de julho. A Reitoria se comprometeu, ainda, a implantar imediatamente o programa de qualificação do quadro docente dos colégios técnicos, Cotil e Cotuca, conforme previsto no orçamento. Estes dois itens terão que ser apreciados pela Comissão de Orçamento e Patrimônio (COP) e aprovados pelo Conselho Universitário (Consu).
Foi reiterado, ainda, o agendamento de outras reuniões para discussão de demais itens da pauta específica. Por último, houve o compromisso da Administração Superior de realizar esforços junto à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) para ampliação dos recursos destinados às universidades públicas paulistas na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2019.
Encerrada a reunião com a Adunicamp, teve início o encontro com os representantes do STU. Aos sindicalistas, também foram reiteradas as propostas de reajustes salarial de 1,5%, de aumento de R$ 100 no valor do auxílio alimentação e de agendamento de outras reuniões para discussão dos demais itens da pauta específica: transporte fretado (06 de julho) e condições de trabalho na área de saúde (17 de julho). Ao STU foi igualmente proposta a destinação de 10% do excedente da arrecadação do ICMS para aplicação na carreira. Foi sugerida, ainda, a implantação de um GT local para acompanhamento da evolução do orçamento.
A Reitoria se comprometeu, adicionalmente, a discutir com cada gestor a frequência após o encerramento da greve dos funcionários, com a consequente reposição dos dias parados onde a medida for possível. Por último, a Administração superior afirmou que continuará realizando gestões junto à Alesp para ampliação dos recursos destinados às universidades públicas paulistas. As propostas seriam avaliadas pelas duas categorias em assembleias que ocorreriam na tarde desta terça-feira (26).
Durante das duas reuniões, o reitor Marcelo Knobel mais uma vez disse aos representantes de funcionários e professores que a Unicamp enfrenta uma grave crise orçamentária e que todas as decisões que resultem na ampliação das despesas devem ser feitas com extrema responsabilidade e bom senso, sob pena de haver o comprometimento das atividades da instituição no futuro. O dirigente lembrou que o atual déficit financeiro da Universidade é de R$ 239 milhões e que os cenários econômico e político do país são de incerteza. “Na atual conjuntura, não podemos elevar demasiadamente nossas despesas permanentes, sem que haja perspectiva do aumento das receitas”, ponderou.