Dando continuidade ao compromisso de manter o diálogo aberto com o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), a Administração Central da Universidade recebeu na manhã desta quinta-feira (28) representantes da entidade sindical, a pedido desta, para prestar esclarecimentos sobre a última proposta apresentada aos servidores técnico-administrativos, que estão em greve há 35 dias. Os sindicalistas foram recebidos pelo chefe de gabinete da Reitoria, Joaquim Murray Bustorff Silva, e pelo coordenador da Assessoria de Economia e Planejamento (Aeplan), Thiago Baldini da Silva.
Na ocasião, os dirigentes sindicais pediram detalhes sobre os procedimentos da Universidade em relação à anotação de faltas para os funcionários que aderiram à greve. O chefe de gabinete explicou que, por força legal, a instituição tem que registrar as ausências daqueles que não estão comparecendo ao trabalho. Ele refirmou, porém, a Administração está aberta a negociar a reposição dos dias parados ou dos trabalhos acumulados assim que o movimento for encerrado.
Nos casos em que houver acordo nesse sentido, explicou Bustorff Silva, a Unicamp providenciará a elaboração de uma folha de pagamento suplementar, para fazer a imediata compensação dos valores eventualmente descontados. “Não há uma disposição deliberada da Administração Central de impor o desconto financeiro aos trabalhadores, mas como agentes públicos nós temos que seguir o que determina a legislação”, disse.
O STU também pediu mais informações sobre o método de cálculo que será utilizado para apurar os 10% do excedente da arrecadação do ICMS em 2018, descontados o reajuste de 1,5% e o aumento no auxílio alimentação, que serão destinados aos planos de carreira de docentes, funcionários e pesquisadores, de modo anualizado a partir da segunda revisão orçamentária. Thiago Baldini detalhou quais serão os procedimentos, o que eliminou as dúvidas dos representantes do STU.
Embora a reunião fosse para a prestação de esclarecimentos e não de negociação, os sindicalistas propuseram à Administração Central a ampliação do reajuste oferecido para o auxílio alimentação, de R$ 100 para R$ 200. O chefe de gabinete ponderou que o encontro não tinha o objetivo de discutir propostas. Bustorff Silva ratificou as propostas apresentadas pela Reitoria e lembrou que elas são válidas somente até esta sexta-feira (29).
O integrante da Administração Central lembrou mais uma vez aos sindicalistas que a instituição trabalha com um déficit orçamentário da ordem de R$ 239 milhões para 2018, e que não é possível ir além do que já foi ofertado, sob pena das despesas permanentes não serem cumpridas no futuro. Bustorff Silva pediu a compreensão dos trabalhadores para o momento difícil que a Universidade atravessa. “Neste instante, não temos como avançar com as nossas propostas. Isso não impede, porém, que mantenhamos o diálogo e que retomemos as negociações assim que a situação orçamentária for mais favorável”.