O docente Rodrigo Menezes Jales trabalha há muito tempo com diagnóstico por imagem no Hospital da Mulher - Caism. Também o seu nome está ligado à educação médica e, com foco nesse tema, decidiu ele criar o site Dr Pixel, que já ultrapassa a marca de um milhão de acessos em dois anos e meio, desde a sua primeira difusão. Tem como público-alvo estudantes de medicina e residentes interessados em aprender mais a respeito de radiologia e de diagnóstico por imagem.
Atualmente, o site soma cerca de 2.500 acessos por dia, segundo o médico. Entre outras facilidades, o internauta também tem a possibilidade de fazer os acessos através do seu smartphone (App). Todas as videoaulas disponíveis podem ser organizadas e assistidas nos dispositivos móveis Android e IOS, em aplicativos desenvolvidos numa parceria com o Instituto Eldorado. Os links para baixar os aplicativos estão na homepage do Dr Pixel.
Hoje, grande parte das consultas ao Dr Pixel é realizada através dos smartphones e, de acordo com Jales, 90% dos acessos partem do Brasil, principalmente das regiões Sudeste e Sul, e 5% partem de outros países lusófonos (de língua portuguesa), como Portugal, Angola e Moçambique. Apesar de parte do conteúdo do Dr Pixel já ter sido traduzido para o inglês e o espanhol, a maior parte do conteúdo ainda aparece em português, revelou Jales.
O nome Dr Pixel foi uma alusão ao diagnóstico que hoje emprega imagens digitais fundamentadas no ‘pixel’. "Como trabalhamos com imagens médicas, acabei acrescentando a forma de tratamento ‘Dr’”, explicou. "Ainda imaginei a caricatura de um médico de bigode e de óculos, criada a partir de uma fotografia do médico Emílio Marussi, que se aposentou em 2014 e que foi, por anos, o coordenador da Seção de Ultrassonografia do Caism. Então, essa foi uma homenagem ao seu trabalho e à sua dedicação extraordinários."
Jales comentou que o novo incremento on-line para a área de ensino (e-learning) não foi coisa de momento. Ele já vinha estudando a ferramenta e buscando meios para a sua implementação há pelo menos uma década, com colaboração, no conteúdo, de dezenas de estudantes de graduação em medicina tanto da Unicamp quanto da PUC-Campinas.
Material
O conteúdo do site é dividido em casos e aulas ligadas geralmente à saúde da mulher. “Trabalhamos centenas de horas nos últimos meses em uma grande atualização no formato do site, que passará a contar, entre outras novidades, com uma área de casos encaminhados pelos alunos e tutoriais estruturados com testes para que os estudantes avaliem os seus conhecimentos. O primeiro tutorial será sobre mamografia”, afirmou.
Jales disse que aprende muito com outros sites em termos de conteúdo e de formato. Os principais são o Radiopaedia, o AuntMinnie e o Radiology Assistant. "Em português, temos o site do Colégio Brasileiro de Radiologia e da Sociedade Paulista de Radiologia. Além dos sites dedicados, temos milhares de vídeos no YouTube. Deste modo, só não aprende quem não quer mesmo”, acredita.
O site, ressaltou, foi planejado com base em plataformas livres. A versão atual foi desenvolvida em Drupal. Já a atualização, mais robusta, precisou ser programada em PHP (Hypertext Preprocessor), nas linguagens HTML (HyperText Markup Language), CSS (Cascading Style Sheets) e JavaScript. O próximo passo será a possibilidade de medir o ganho de conhecimento pelos alunos atribuível ao conteúdo do Dr Pixel, enfatizou Jales, que no momento está sendo amplamente abordado na atualização do site.
O médico relatou que, além dele, as publicações no site só têm sido possíveis graças à dedicação dos médicos Beatriz Regina Alvares e Klaus Schumacher, do Departamento de Radiologia, e de Fabiana Silveira de Souza e Newton Silva, do Núcleo de Tecnologia da Informação da Faculdade de Ciências Médicas (FCM). “Também temos o apoio do Conselho Regional de Medicina (CRM-SP) e dos Departamentos de Tocoginecologia e de Radiologia da FCM”, informou.