A biblioteca do Centro de Memória da Unicamp (CMU) não precisará mais suspender o atendimento ao público por causa da falta de funcionário, como determinou unilateralmente a direção do órgão. Na tarde desta quarta-feira (25), a Coordenadoria Geral da Universidade (CGU) e a Biblioteca Central Cesar Lattes (BC-CL) determinaram o deslocamento de um bibliotecário vinculado à BC-CL para dar meio expediente diário junto ao acervo do CMU. O servidor assumirá a função a partir da próxima segunda-feira (30), inicialmente no período da tarde.
A solução, de acordo com a coordenadora-geral da Unicamp, professora Teresa Atvars, foi simples e demonstra que o assunto deveria ter sido tratado, como foi por parte da Administração Central, exclusivamente na esfera administrativa. “A questão ganhou uma dimensão injustificada. Se a direção do CMU tivesse trazido o problema até a Reitoria antes de decidir pela suspensão das atividades da biblioteca, o mesmo recurso teria sido usado, o que teria evitado uma série de transtornos e boatos”, considerou a dirigente.
Segundo a professora Teresa Atvars, o encaminhamento dado evitará que ocorra qualquer tipo de prejuízo às atividades acadêmicas que dependam de consulta ao acervo da biblioteca do CMU. A coordenadora associada da BC-CL, Valéria Martins, comunicou na tarde desta quarta-feira a decisão à direção do CMU. Ela explicou que o bibliotecário dará expediente inicialmente à tarde, por ser o período de maior procura pelo acervo. “Entretanto, nós vamos avaliar se esse realmente é o melhor horário, de acordo com o movimento. Se for preciso, nós faremos ajustes, de modo a prestar o melhor atendimento possível ao público”, afirmou.
Histórico
A direção do CMU decidiu de forma unilateral, portanto sem consulta à CGU, à Reitoria ou Coordenadoria dos Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa (Cocen), que suspenderia o atendimento da sua biblioteca ao público, alegando falta de funcionário. A medida foi anunciada no sítio do Centro e nas redes sociais. Em seguida, a Reitoria considerou, por meio de nota oficial, a medida inadequada do ponto de vista acadêmico e desnecessária do ponto de vista administrativo, ponderando que havia inúmeras outras alternativas para a disponibilização pública do acervo, entre elas medidas de natureza administrativa, que não envolveriam novas contratações, como o remanejamento de pessoal.
No texto, a Reitoria esclareceu, ainda, que a Unicamp está abrindo concurso para bibliotecário, a fim de atender os casos considerados prioritários, porém as contratações somente poderão ocorrer após a homologação dos concursos, que por sua vez só podem ocorrer, segundo a legislação, depois do período eleitoral. Em nenhum momento a nota da Reitoria propôs o desmembramento do acervo mantido pela biblioteca do CMU, como chegou divulgado de forma equivocada pela Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp).
No dia 22 de dezembro de 2017, a CGU designou, por meio de portaria interna (006/2017), a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para elaboração de proposta de adequação de espaço físico que garanta a integridade e a preservação do acervo do CMU. O GT foi composto por seis integrantes, entre eles representantes do SBU e do próprio CMU. Também nessa portaria não se cogita o desmembramento do acervo da biblioteca mantida pelo CMU. A portaria estipulou prazo até 10 de julho de 2018 para o GT apresentar o seu relatório. Até o momento, porém, a CGU ainda não recebeu o referido relatório.