Estudantes de ensino médio da rede pública de Campinas, Limeira e Piracicaba, selecionados para a 12ª edição do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio (PIBIC-EM), junto com seus familiares, professores e apoiadores lotaram o auditório do Centro de Convenções da Unicamp na última sexta-feira (3). O clima era de curiosidade, alegria e muita esperança nessa nova turma, que durante um ano terá oportunidade de dar seus primeiros passos no mundo da pesquisa, orientados por alguns dos melhores cientistas do país e conhecer um pouquinho deste universo que é a Unicamp.
“Este programa é um sucesso. Temos aqui estudantes que começam a vivenciar a universidade e, nesse processo, a maioria acaba se encantando e tendo mais entusiasmo com os estudos. A Unicamp não é a única, mas estimulamos que todos vocês venham para cá”, afirmou o reitor Marcelo Knobel, ao dar as boas-vindas aos alunos. Participaram também da cerimônia a Secretária de Educação do município de Campinas, Solange Villon Kohn Pelicer; os pró-reitores de pesquisa e pós-graduação da Unicamp, Munir Skaf e André Furtado; e a assessora da pró-reitoria de graduação, Mara Patrícia Mikahil. A solenidade foi seguida pela palestra "Ingresso na Unicamp: ações para a escola pública", com o professor José Alves de Freitas Neto, coordenador executivo da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest).
Ansiosos os alunos do primeiro ano da Escola Estadual Castelo Branco de Limeira, Cecília Giannini Fiuza, Bruno Soares de Souza e Audrey Fernanda Nunes, contaram que participarão de projetos na área de exatas. “É uma grande oportunidade. A gente tem que correr atrás, tem que estudar e tem que dar valor, pois não é todo dia que aparece uma oportunidade dessas. A gente vai se dedicar bastante”, afirmou Audrey. “É uma honra estar aqui”, emendou Bruno. “O que a gente aprender aqui a gente vai levar para vida”, completou Cecilia, que pretende estudar medicina.
Para o professor André Pasti, do Colégio Técnico da Unicamp (Cotuca), o Pibic-EM é uma excelente oportunidade de incluir a formação acadêmica científica na vida dos estudantes ainda no ensino médio. “A experiência que a gente tem no Cotuca é muito positiva. O programa tem impacto direto na relação do aluno com os estudos, além de projetar a universidade como um caminho possível na vida deles e orientar a carreira que pretendem seguir. Esse programa é fundamental para abrir as portas da vida acadêmica para os alunos da rede pública”, enfatizou.
Essa influencia do programa nos desdobramentos da vida dos estudantes após o ensino médio foi ressaltado também pela assessora da pró-reitoria de graduação, Mara Patrícia Mikahil. “Eu participo do Pibic-EM há quatro edições e tenho vários ex-alunos do programa que são hoje alunos da Unicamp. Aproveitem essa oportunidade de experimentar a essência da Universidade que é a pesquisa”, disse orgulhosa aos ingressantes. Para Mariana Anastácio Francisco, aluna da Escola Técnica Estadual Trajano Camargo, conhecer a carreira de pesquisadora é um dos objetivos principais objetivos durante o programa. “Quero ver como funciona a universidade”, contou.
Implantado em 2008, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o PIBIC-EM é um programa da Pró-reitoria de Pesquisa, que tem como objetivo atrair jovens talentos do ensino médio da rede pública de Campinas e região para desenvolver atividades nos laboratórios da Universidade, sob a orientação de professores e pesquisadores da Unicamp. “O programa é uma atividade muito importante para os jovens que estão participando, mas é também importante para Unicamp. Temos todo interesse em aumentar a relação com a sociedade que nos sustenta e interagir da melhor maneira possível com a municipalidade”, destacou o pró-reitor de pesquisa, Munir Skaf.
Para esta edição, foram selecionados 181 alunos para desenvolverem atividades de pesquisa junto aos 57 projetos oferecidos por docentes e pesquisadores da Universidade. Dentre eles está o projeto “Ciência em Pauta”, proposto pelo professor da Faculdade de Tecnologia (FT) de Limeira André Franceschi De Angelis, que participa do programa desde a primeira edição. “Nós vamos rever a história da ciência, numa perspectiva de entender que não foi uma conquista humana não linear”, explicou. O trabalho, composto por aplicações práticas e breves do método científico, será documentado em vídeos que deveram ser produzidos, roteirizados, editados e postados pelos alunos.