Em carta endereçada ao Ministério da Educação (MEC), a Unicamp manifesta profunda preocupação com a decisão do governo federal de promover corte nos recursos daquela pasta para 2019, medida que afetará de maneira significativa o orçamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), principal financiadora de bolsas para os programas de pós-graduação da Universidade. O documento, assinado pelo reitor Marcelo Knobel, alerta que, caso a medida seja confirmada, “o desfecho mais provável dessas medidas será que a parcela mais produtiva dos alunos e pesquisadores desta Universidade tenha que interromper ou revisar de forma profunda as atividades de pesquisa e de formação que está realizando em seus laboratórios e grupos de estudos”.
A manifestação da Unicamp se soma a inúmeras outras de mesmo teor, divulgadas nos últimos dias por entidades e integrantes da comunidade científica brasileira. De acordo com o pró-reitor de Pós-Graduação da Unicamp, professor André Furtado, em se confirmando a disposição do governo federal, todo o sistema de ciência e tecnologia do país será duramente afetado. “A ciência brasileira já vinha sofrendo nos últimos anos com a redução de recursos, mas a Capes seguia preservada. Agora, se a agência também for atingida, a situação certamente se agravará”, analisa.
Em relação especificamente à Unicamp, informa Furtado, a Capes financia 1.097 bolsas de mestrado e outras 1.769 de doutorado, o que representa 59% do total de bolsas da Universidade. “Isso sem falar que a Capes também financia outros projetos, inclusive área de custeio”, lembra. As consequências dos cortes anunciados, acrescenta o pró-reitor, não serão percebidas somente no curto e médio prazo, mas também no longo prazo, o que tende a comprometer os esforços realizados até aqui para o desenvolvimento da ciência nacional.
Confira a íntegra da carta da Unicamp endereçada ao MEC