A professora Fanny Béron, do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW), acaba de ser contemplada com o Prêmio Carolina Nemes, instituído pela Sociedade Brasileira de Física. A distinção é oferecida às mulheres, em início de carreira, que tenham uma importante contribuição no desenvolvimento da física brasileira. A premiação ajuda a diminuir a desigualdade de gênero na área e consiste em um certificado e U$ 1 mil. A data e o local da cerimônia de entrega do prêmio ainda não estão definidas.
Canadense, a professora Fanny se encantou com o Brasil e com a Unicamp, em 2009, depois de ser admitida em um programa de pós-doc no IFGW, com bolsa Fapesp. Na época seu orientador, o professor Marcelo Knobel, a incentivou a prestar um concurso para docente daquela Unidade. Foi assim que a graduada em Engenharia Física pela École Polytechnique de Montréal (2003) decidiu ficar no Brasil e iniciou sua carreira acadêmica na Unicamp.
Sobre a sua premiação, a professora diz estar feliz em poder estimular as discussões em torno da questão de gênero não só na área de Física, como também nas engenharias. Segundo Fanny, ainda há muitos desafios a serem vencidos pelas mulheres em torno da profissão. “As mulheres estão bem presentes em salas de aulas dos cursos de graduação, mas quando se observa na carreira, elas desaparecem”, acredita. Ela nota várias semelhanças na questão de gênero entre o Brasil e Canadá. “Há estímulo, mas por razões desconhecidas não há interesse das mulheres nas carreiras de engenharia física e tecnológicas nos dois países”, lamenta.
Atualmente Fanny é coordenadora associada da graduação em Engenharia Física. Orienta dois alunos no doutorado e um mestrando. Gosta muito de pesquisa e, principalmente, áreas voltadas para inovação. Mas, o ensino merece muito a sua atenção. “Sempre tento fazer com que meus alunos me superem e sigam com sucesso na carreira”, comemora.