Suspeito de pichações é ex-aluno da Unicamp

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O suspeito de ter pichado frases com ameaças e símbolos nazistas nas paredes e computadores do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), Instituto de Geociência (IG), Biblioteca Central (BC) e Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) é ex-aluno da Unicamp. Nascido em 1988, ele ingressou em três cursos da Universidade (Estatística; Matemática Aplicada e Computacional e Engenharia da Computação), mas não concluiu nenhum. Durante o período em que esteve ligado à instituição, ele não solicitou auxílio de bolsas e nem recorreu ao serviço de apoio psicológico e psiquiátrico colocado à disposição dos estudantes.

As informações foram fornecidas na tarde desta sexta-feira (17) pelo reitor Marcelo Knobel durante entrevista coletiva de imprensa. O dirigente voltou a classificar o episódio de “lamentável e inaceitável” e comunicou que a Unicamp reforçou a segurança no campus e intensificou a divulgação do uso do aplicativo “Botão do Pânico”, por meio do qual alunos, docentes e funcionários podem acionar o setor de vigilância em casos de emergência.

Foto Perri
O reitor Marcelo Knobel

Segundo o reitor, a Universidade abriu sindicância interna para apurar o caso. “Nós conseguimos dar uma resposta rápida nesse episódio. Primeiro, repudiamos imediatamente o ato e em seguida identificamos imagens da ação do suspeito, que enviamos à Polícia Civil. Nosso propósito tem sido garantir que a nossa comunidade tenha tranquilidade para desempenhar as suas atividades”, assegurou.

Knobel disse, ainda, que a Unicamp dispõe de mecanismos para o acolhimento de vários tipos de denúncia, inclusive as relativas à manifestação de racismo e intolerância. “Nós contamos, por exemplo, com a Ouvidoria, que tem cumprido esse papel há muitos anos. Neste momento, estamos discutindo a criação de uma secretaria que tratará de assuntos relacionados à violência sexual, racismo, intolerância e questão de gênero. Um grupo de trabalho está coletando sugestões junto às faculdades e institutos. Uma proposta será formulada e apresentada para apreciação do Conselho Universitário”.

O reitor evitou fornecer informações pessoais sobre o suspeito, explicando que esse tipo de decisão cabe à Polícia, que está investigando o caso. Knobel afirmou não ter ideia das motivações do pichador, mas afirmou que independentemente das razões do autor, as manifestações não condizem com o ambiente acadêmico e nem com o estado democrático de direito.

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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004